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Infraestrutura terá maratona de leilões federais

Até dezembro, devem ocorrer cerca de 10 certames, que vão desde as inéditas concessões de aeroportos aos já conhecidos leilões de energia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 23h46.

São Paulo - O governo preparou um cardápio variado de projetos na área de infraestrutura para oferecer a investidores nos últimos meses do ano.

Até dezembro, devem ocorrer cerca de 10 certames, que vão desde as inéditas concessões de aeroportos aos já conhecidos leilões de energia e de novas linhas de transmissão.

E os investimentos são elevados. Excluindo-se os leilões de posições de satélites e de energia nova, para os quais ainda não há expectativa sobre o investimento que vão gerar, as demais licitações deverão desencadear investimentos de ao menos 12 bilhões de reais, segundo dados do governo.

Somente nos aeroportos, a expectativa é de que as quatro concessões a serem oferecidas este ano gerem investimentos de cerca de 3,25 bilhões de reais.

Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, há apetite por investimentos em concessões, especialmente na área de energia.

Em um momento de incerteza na economia da Europa e dos Estados Unidos, setores regulados podem ser particularmente atrativos pelo fato de serem mais estáveis e terem rendimentos relativamente previsíveis.

"Se você comparar, por exemplo, as ações das empresas de transmissão de energia com o movimento geral da Bovespa, é nítido que houve resistência desses papéis. São papéis defensivos", destaca o economista Fernando Camargo, da consultoria LCA.

A próxima licitação de energia deve ocorrer no dia 17 deste mês. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai realizar o leilão de energia nova para entrega a partir de 2014 (o chamado A-3) e, no dia seguinte, o leilão de energia de reserva.


Ainda na área elétrica, em 2 de setembro é a vez do leilão de novas linhas de transmissão que deve gerar investimento de 2,8 bilhões de reais na construção de mais de 2 mil quilômetros de novas linhas.

"O leilão A-3 está interessante, porque são basicamente duas fontes, eólica e gás. As duas somam praticamente 80 por cento dos empreendimentos cadastrados", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

Camargo, da LCA, espera que os leilões da área elétrica atraiam investidores interessados na relativa segurança que existe nesse setor.

"O caso da energia é quase uma renda fixa", diz. O consultor calcula que no leilão A-3 devem ser fechados contratos para a venda de 2 mil megawatts (MW) a 2,5 mil MW de potência, sendo a maior parte proveniente de centrais eólicas.

"Em energia o risco é baixíssimo e não há problemas. Você faz a prospecção e toda e a energia é contratada", afirma o presidente do conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas.

Não está ainda confirmado, mas em dezembro deve ser realizado um leilão de energia nova para entrega em 2016 (A-5) que envolverá a construção de novas hidrelétricas.

Também até o fim do ano deve haver um outro leilão de linhas de transmissão para conectar novos projetos de usinas no Mato Grosso ao Sistema Interligado Nacional, com investimento estimado em 3,8 bilhões de reais.

Aeroportos

De olho na Copa do Mundo de 2014, nas Olimpíadas de 2016 e na forte alta da demanda por viagens aéreas, o governo aposta na concessão de aeroportos para atrair investimentos e garantir a ampliação da capacidade dos terminais.


No dia 22 deste mês será feita a licitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). O resultado desse leilão pode pautar o modelo que o governo vai fechar para oferecer, em dezembro, a concessão de terminais bem maiores, dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP) e de Brasília (DF).

Para Mascarenhas, da CNI, o sucesso do resultado dos leilões dos maiores aeroportos, no fim do ano, vai depender dos editais.

Segundo ele, é necessário dar a investidores liberdade para explorar amplamente as concessões, oferecendo serviços como hotéis, restaurantes e centros de negócios. "Essa é a liberdade que tem de dar ao setor privado para agregar negócios a essas concessões. Se ficar restringindo, fica complicado."

Camargo, da LCA, diz que apesar da regulação dos aeroportos ainda não estar consolidada como a de outros setores, a demanda crescente deve garantir o interesse das empresas. "No caso dos aeroportos não dá para falar que existe risco de demanda. Existe é risco de oferta."

Petróleo e Gás

Em meio a todos esses leilões, existe ainda pressão por parte da iniciativa privada para que o governo realize este ano a 11a Rodada de licitação de áreas de produção de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a Rodada em abril passado, mas até o momento a licitação ainda não foi autorizada.

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E os investimentos são elevados. Excluindo-se os leilões de posições de satélites e de energia nova, para os quais ainda não há expectativa sobre o investimento que vão gerar, as demais licitações deverão desencadear investimentos de ao menos 12 bilhões de reais, segundo dados do governo.

Somente nos aeroportos, a expectativa é de que as quatro concessões a serem oferecidas este ano gerem investimentos de cerca de 3,25 bilhões de reais.

Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, há apetite por investimentos em concessões, especialmente na área de energia.

Em um momento de incerteza na economia da Europa e dos Estados Unidos, setores regulados podem ser particularmente atrativos pelo fato de serem mais estáveis e terem rendimentos relativamente previsíveis.

"Se você comparar, por exemplo, as ações das empresas de transmissão de energia com o movimento geral da Bovespa, é nítido que houve resistência desses papéis. São papéis defensivos", destaca o economista Fernando Camargo, da consultoria LCA.

A próxima licitação de energia deve ocorrer no dia 17 deste mês. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai realizar o leilão de energia nova para entrega a partir de 2014 (o chamado A-3) e, no dia seguinte, o leilão de energia de reserva.


Ainda na área elétrica, em 2 de setembro é a vez do leilão de novas linhas de transmissão que deve gerar investimento de 2,8 bilhões de reais na construção de mais de 2 mil quilômetros de novas linhas.

"O leilão A-3 está interessante, porque são basicamente duas fontes, eólica e gás. As duas somam praticamente 80 por cento dos empreendimentos cadastrados", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

Camargo, da LCA, espera que os leilões da área elétrica atraiam investidores interessados na relativa segurança que existe nesse setor.

"O caso da energia é quase uma renda fixa", diz. O consultor calcula que no leilão A-3 devem ser fechados contratos para a venda de 2 mil megawatts (MW) a 2,5 mil MW de potência, sendo a maior parte proveniente de centrais eólicas.

"Em energia o risco é baixíssimo e não há problemas. Você faz a prospecção e toda e a energia é contratada", afirma o presidente do conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas.

Não está ainda confirmado, mas em dezembro deve ser realizado um leilão de energia nova para entrega em 2016 (A-5) que envolverá a construção de novas hidrelétricas.

Também até o fim do ano deve haver um outro leilão de linhas de transmissão para conectar novos projetos de usinas no Mato Grosso ao Sistema Interligado Nacional, com investimento estimado em 3,8 bilhões de reais.

Aeroportos

De olho na Copa do Mundo de 2014, nas Olimpíadas de 2016 e na forte alta da demanda por viagens aéreas, o governo aposta na concessão de aeroportos para atrair investimentos e garantir a ampliação da capacidade dos terminais.


No dia 22 deste mês será feita a licitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). O resultado desse leilão pode pautar o modelo que o governo vai fechar para oferecer, em dezembro, a concessão de terminais bem maiores, dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP) e de Brasília (DF).

Para Mascarenhas, da CNI, o sucesso do resultado dos leilões dos maiores aeroportos, no fim do ano, vai depender dos editais.

Segundo ele, é necessário dar a investidores liberdade para explorar amplamente as concessões, oferecendo serviços como hotéis, restaurantes e centros de negócios. "Essa é a liberdade que tem de dar ao setor privado para agregar negócios a essas concessões. Se ficar restringindo, fica complicado."

Camargo, da LCA, diz que apesar da regulação dos aeroportos ainda não estar consolidada como a de outros setores, a demanda crescente deve garantir o interesse das empresas. "No caso dos aeroportos não dá para falar que existe risco de demanda. Existe é risco de oferta."

Petróleo e Gás

Em meio a todos esses leilões, existe ainda pressão por parte da iniciativa privada para que o governo realize este ano a 11a Rodada de licitação de áreas de produção de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a Rodada em abril passado, mas até o momento a licitação ainda não foi autorizada.

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