O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de assinatura do decreto de armas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de janeiro de 2019 às 13h56.
Última atualização em 24 de janeiro de 2019 às 13h58.
Brasília - O novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcus Vinícius Rodrigues, disse que o instituto vai discutir a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro avaliar as questões do Enem antes de a prova ser aplicada.
"O presidente foi legitimamente eleito com 62 milhões de votos. Isso vai ser conversado, dentro dos aspectos legais". Rodrigues, que tomou posse na manhã desta quinta-feira, 24, afirmou que ele próprio, como presidente do Inep, tem autoridade para ver a prova, mesmo que isso não seja a praxe.
Em novembro passado, ao criticar uma das questões do Enem que abordava o pajubá - conjunto de expressões usadas pela população LGBT -, o ainda candidato Jair Bolsonaro afirmou que em 2019 leria a prova antes de ela ser aplicada. "O presidente representa o anseio de mudança. Estou aqui dentro desse princípio. Vamos mudar o modelo, com responsabilidade, com coerência, dentro do legal", disse o presidente do Inep.
Rodrigues deixou claro que mudanças serão feitas no Enem e que o banco de questões "não terá postura ideológica". As perguntas da prova, segundo ele, deverão priorizar o que for necessário para medir o conhecimento. "Vamos respeitar nossas crianças e adolescentes", afirmou.
O presidente do Inep, no entanto, foi enfático ao defender a segurança do exame. Nesta quarta-feira, 23, em Davos, o presidente Bolsonaro em conversa com assessores chegou a citar o risco de "vazamento de prova" pelo PT. "Trabalhei em poucas empresas com níveis de segurança como a do Inep. A estrutura é muito segura. Isso nos deixa muito tranquilos", disse Rodrigues.
Engenheiro, Rodrigues, ainda nos primeiros minutos do discurso de posse, agradeceu a Deus por sua indicação ao cargo, citou família, pátria e criticou "ideologias e crenças" inadequadas nas escolas, que, segundo ele, teriam "origens em interpretações superficiais de pseudointelectuais ou de um oportunismo pseudo partidário".
"Precisamos de uma nova escola, com novos paradigmas, que resgatem novos valores e tenham como diretrizes o respeito à família e à pátria." De acordo com ele, esses são os principais objetivos do Inep.
Depois, em entrevista, ele afirmou que pretende melhorar a qualidade, a confiança nos sistemas usados pelo instituto e reduzir custos."Não é preciso necessariamente ter alto custo para realizar um bom trabalho. Podemos ter excelentes exames e itens com custo menor, otimizar nossas estruturas e processos, a parte tecnológica, com integração maior o que tornará mais eficaz", afirmou.