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Índios voltam a protestar e bloqueiam Ministério da Justiça

Um grupo com cerca de 500 índios voltou a se concentrar em frente ao Ministério da Justiça, onde bloqueou todos os acessos ao edifício

Índio em Brasília: "estamos aqui para repudiar mudanças no processo de demarcação", diz índio (Marcelo Camargo/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2014 às 14h00.

Brasília - Um grupo com cerca de 500 índios de diversas etnias voltou a se concentrar nesta quinta-feira em frente ao Ministério da Justiça , onde bloqueou todos os acessos ao edifício, em uma novo protesto para exigir a demarcação de terras.

Assim como ocorreu na última terça-feira, quando se uniram aos sem-tetos em um protesto contra a realização da Copa do Mundo e chegaram a entrar em confronto com a polícia - no qual três pessoas ficaram feridas, incluindo um PM atingido por uma flecha -, os índios chegaram ao ministério vestidos a caráter, inclusive com arcos e flechas.

"Estamos aqui para repudiar essas mudanças propostas no processo de demarcação, que são antidemocráticas e agravarão a situação nas terras indígenas", declarou aos jornalistas Lindomar Terena, um dos organizadores do protesto.

Terena assegurou que o bloqueio ao Ministério da Justiça, que ocorre de forma pacífica mesmo com a presença de policiais, será mantido até que o ministro José Eduardo Cardozo, o titular da pasta, "aceite um diálogo" sobre o assunto.

O projeto de lei rejeitado pelos índios foi elaborado pelo Ministério da Justiça e propõe que a responsabilidade pela demarcação das reservas, que até agora era da Fundação Nacional do Índio (Funai), seja transferida ao Congresso.

Os indígenas se opõem a essa alteração com o argumento de que os parlamentares que representam os interesses dos empresários do campo nas câmaras legislativas - a chamada bancada ruralista - possam interferir contra os indígenas em diversos conflitos pela propriedade das terras.

A Associação de Povos Indígenas, que organizou os protestos em Brasília, sustenta que esses conflitos refletem a insegurança que os índios vivem em muitas de suas terras.

De acordo com um recente relatório da Comissão Pastoral da Terra, organismo vinculado ao Episcopado brasileiro, 15 membros de comunidades indígenas foram assassinados somente no ano passado, a maioria por questões ligadas às disputas pela propriedade das terras.

Segundo o relatório, a etnia ianomâmi foi a principal vítima desses conflitos durante 2013, já que cinco índios da tribo foram assassinados no estado de Roraima.

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Brasília - Um grupo com cerca de 500 índios de diversas etnias voltou a se concentrar nesta quinta-feira em frente ao Ministério da Justiça , onde bloqueou todos os acessos ao edifício, em uma novo protesto para exigir a demarcação de terras.

Assim como ocorreu na última terça-feira, quando se uniram aos sem-tetos em um protesto contra a realização da Copa do Mundo e chegaram a entrar em confronto com a polícia - no qual três pessoas ficaram feridas, incluindo um PM atingido por uma flecha -, os índios chegaram ao ministério vestidos a caráter, inclusive com arcos e flechas.

"Estamos aqui para repudiar essas mudanças propostas no processo de demarcação, que são antidemocráticas e agravarão a situação nas terras indígenas", declarou aos jornalistas Lindomar Terena, um dos organizadores do protesto.

Terena assegurou que o bloqueio ao Ministério da Justiça, que ocorre de forma pacífica mesmo com a presença de policiais, será mantido até que o ministro José Eduardo Cardozo, o titular da pasta, "aceite um diálogo" sobre o assunto.

O projeto de lei rejeitado pelos índios foi elaborado pelo Ministério da Justiça e propõe que a responsabilidade pela demarcação das reservas, que até agora era da Fundação Nacional do Índio (Funai), seja transferida ao Congresso.

Os indígenas se opõem a essa alteração com o argumento de que os parlamentares que representam os interesses dos empresários do campo nas câmaras legislativas - a chamada bancada ruralista - possam interferir contra os indígenas em diversos conflitos pela propriedade das terras.

A Associação de Povos Indígenas, que organizou os protestos em Brasília, sustenta que esses conflitos refletem a insegurança que os índios vivem em muitas de suas terras.

De acordo com um recente relatório da Comissão Pastoral da Terra, organismo vinculado ao Episcopado brasileiro, 15 membros de comunidades indígenas foram assassinados somente no ano passado, a maioria por questões ligadas às disputas pela propriedade das terras.

Segundo o relatório, a etnia ianomâmi foi a principal vítima desses conflitos durante 2013, já que cinco índios da tribo foram assassinados no estado de Roraima.

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