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Indígenas interditam BR-843 na visita de Dilma a Cabrobó

O líder Yssô Truká "pediu postura e respeito do governo em relação à comunidade indígena" e defendeu que o Brasil seja passado a limpo

Dilma Rousseff: presidente nada viu durante sua passagem de 25 minutos por Cabrobó (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 17h36.

Cabrobó - Protestos com interdição da BR-843 marcaram a visita da presidente Dilma Rousseff ao município de Cabrobó (PE), a 580 quilômetros de Recife, onde ela vistoriou obras de transposição do Rio São Francisco.

A presidente nada viu durante a sua rápida passagem de 25 minutos pelo local. Não fez discursos nem deu entrevista. Limitou-se a tirar fotos com alguns operários da obra.

O líder Yssô Truká, indignado, comandou uma dança Toré, de protesto, no quilômetro 27 da BR-843, a cerca de 3 quilômetros do local visitado pela presidente.

Ele "pediu postura e respeito do governo em relação à comunidade indígena" e defendeu que o Brasil seja passado a limpo.

"O poder judiciário deveria meter todo mundo na cadeia, inclusive a presidente Dilma. Quem cala consente."

Contrário à transposição do São Francisco desde o seu anúncio, ele defende "políticas públicas que realmente ajudem o povo. A transposição só atende o agronegócio e os barões. Fomos traídos pelos governos Lula e Dilma. Os indígenas estão sendo massacrados pelas ações do governo federal".

Para ele, "nenhum dos candidatos à Presidência merece crédito".

A comunidade Toré em Cabrobó vive na ilha de Assunção, com uma população de 6 mil pessoas, a maioria da etnia.

Populares também se manifestaram contra o governo, liderados pelo funcionário público estadual Elió Enai Dias, 25 anos.

Ele cobra promessas do governo federal em relação ao município, anunciadas desde 2005.

As mesmas cobranças e pleitos foram entregues pelo prefeito de oposição, Auricélio Torres (PSB), à Casa Civil, para que chegassem às mãos da presidente. O prefeito estava indignado, porque não teve oportunidade de falar no evento.

O cacique Truká, vereador Neguinho Truká (PSB), criticou o forte aparato de segurança, que eles consideram desnecessário. "Proibir o povo de se aproximar é um absurdo", disse.

O cacique foi contrário à transposição, mas, diante do fato consumado, ele torce para que a água chegue realmente a quem precisa e que o Rio São Francisco seja revitalizado.

Ele lembrou que parte da população de Cabrobó, embora viva perto do rio, não vai se beneficiar com a água da transposição.

O prefeito de Cabrobó e o vereador Truká negociaram com o líder indígena que comandou a interdição da BR, que aceitou iniciar a liberação da rodovia.

O prefeito garantiu que se as reivindicações do município, que também são as dos índios, não forem atendidas ele mesmo irá liderar um protesto na cidade.

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Cabrobó - Protestos com interdição da BR-843 marcaram a visita da presidente Dilma Rousseff ao município de Cabrobó (PE), a 580 quilômetros de Recife, onde ela vistoriou obras de transposição do Rio São Francisco.

A presidente nada viu durante a sua rápida passagem de 25 minutos pelo local. Não fez discursos nem deu entrevista. Limitou-se a tirar fotos com alguns operários da obra.

O líder Yssô Truká, indignado, comandou uma dança Toré, de protesto, no quilômetro 27 da BR-843, a cerca de 3 quilômetros do local visitado pela presidente.

Ele "pediu postura e respeito do governo em relação à comunidade indígena" e defendeu que o Brasil seja passado a limpo.

"O poder judiciário deveria meter todo mundo na cadeia, inclusive a presidente Dilma. Quem cala consente."

Contrário à transposição do São Francisco desde o seu anúncio, ele defende "políticas públicas que realmente ajudem o povo. A transposição só atende o agronegócio e os barões. Fomos traídos pelos governos Lula e Dilma. Os indígenas estão sendo massacrados pelas ações do governo federal".

Para ele, "nenhum dos candidatos à Presidência merece crédito".

A comunidade Toré em Cabrobó vive na ilha de Assunção, com uma população de 6 mil pessoas, a maioria da etnia.

Populares também se manifestaram contra o governo, liderados pelo funcionário público estadual Elió Enai Dias, 25 anos.

Ele cobra promessas do governo federal em relação ao município, anunciadas desde 2005.

As mesmas cobranças e pleitos foram entregues pelo prefeito de oposição, Auricélio Torres (PSB), à Casa Civil, para que chegassem às mãos da presidente. O prefeito estava indignado, porque não teve oportunidade de falar no evento.

O cacique Truká, vereador Neguinho Truká (PSB), criticou o forte aparato de segurança, que eles consideram desnecessário. "Proibir o povo de se aproximar é um absurdo", disse.

O cacique foi contrário à transposição, mas, diante do fato consumado, ele torce para que a água chegue realmente a quem precisa e que o Rio São Francisco seja revitalizado.

Ele lembrou que parte da população de Cabrobó, embora viva perto do rio, não vai se beneficiar com a água da transposição.

O prefeito de Cabrobó e o vereador Truká negociaram com o líder indígena que comandou a interdição da BR, que aceitou iniciar a liberação da rodovia.

O prefeito garantiu que se as reivindicações do município, que também são as dos índios, não forem atendidas ele mesmo irá liderar um protesto na cidade.

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