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Implacável, Joaquim Barbosa assume presidência do STF

Nos últimos meses, Barbosa ganhou uma inesperada notoriedade por seu caráter inflexível no processo que julga o esquema de corrupção denunciado em 2005

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa:  Barbosa manteve tensas discussões com o juiz revisor e a partir de hoje vice-presidente, Ricardo Lewandowski (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 17h32.

Brasília - O ministro Joaquim Barbosa, com fama de implacável por seu trabalho como relator no julgamento do mensalão, assumiu nesta quinta-feira a presidência do Supremo Tribunal Federal ( STF ), um cargo que até então jamais havia sido ocupado por um negro.

Barbosa, de 58 anos, foi eleito em uma votação realizada no último dia 10 de outubro entre os outros dez magistrados da corte, que mantiveram a tradição de designar presidente o juiz com mais tempo de casa e que ainda não tinha ocupado esse posto.

Nos últimos meses, Barbosa ganhou uma inesperada notoriedade por seu caráter inflexível no processo que julga o esquema de corrupção denunciado em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso teve 37 acusados, dos quais 25 foram declarados culpados, em boa parte pelo vasto trabalho feito por Barbosa, que propôs penas duras para os réus, que incluíam influentes líderes do PT, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, homem forte do governo de Lula.

Paradoxalmente, Barbosa foi nomeado membro do STF em 2003 pelo próprio Lula, que na ocasião manifestou seu ''enorme orgulho'' por ter designado um juiz negro para ocupar um posto na mais alta corte do país.

Durante o processo, Barbosa manteve tensas discussões com o juiz revisor e a partir de hoje vice-presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que criticou em muitas ocasiões a rigidez de suas alegações e opiniões.

Essas polêmicas lhe deram uma inesperada popularidade no país e fizeram com que a maioria dos brasileiros o veja quase como um paladino da luta pelo saneamento da gestão pública.


A esse caráter se soma o fato de ser o primeiro negro a chegar à presidência da Supremo Corte de um país que tem uma maioria de afrodescendentes e também sua origem humilde, que para muitos é um exemplo que os pobres podem ascender na escala social.

Barbosa nasceu no interior do estado de Minas Gerais na humilde cidade de Paracatu, e é o primeiro dos oito filhos de um pedreiro e uma dona de casa.

Aos 16 anos partiu rumo Brasília na busca por um futuro melhor, trabalhou na gráfica do jornal ''Correio Braziliense'' e concluiu seus estudos secundários, após o que se formou em Direito na Universidade de Brasília (UnB).

Iniciou sua carreira no Poder Judiciário em 1984 como procurador do Ministério Público e trabalhou em vários órgãos públicos, inclusive o Ministério das Relações Exteriores, época em que trabalhou na embaixada do Brasil na Finlândia.

Tem uma dúzia de obras sobre direito publicadas no Brasil e na França, foi professor em várias universidades e cursou estudos de pós-graduação em Paris, Brasília e Nova York.

Barbosa fala com fluência francês, inglês, alemão e espanhol e tem um gosto especial pela música, que desde sua juventude o levou a estudar piano e violino, instrumentos que, segundo os que lhe conhecem, domina com certo virtuosismo.

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Brasília - O ministro Joaquim Barbosa, com fama de implacável por seu trabalho como relator no julgamento do mensalão, assumiu nesta quinta-feira a presidência do Supremo Tribunal Federal ( STF ), um cargo que até então jamais havia sido ocupado por um negro.

Barbosa, de 58 anos, foi eleito em uma votação realizada no último dia 10 de outubro entre os outros dez magistrados da corte, que mantiveram a tradição de designar presidente o juiz com mais tempo de casa e que ainda não tinha ocupado esse posto.

Nos últimos meses, Barbosa ganhou uma inesperada notoriedade por seu caráter inflexível no processo que julga o esquema de corrupção denunciado em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso teve 37 acusados, dos quais 25 foram declarados culpados, em boa parte pelo vasto trabalho feito por Barbosa, que propôs penas duras para os réus, que incluíam influentes líderes do PT, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, homem forte do governo de Lula.

Paradoxalmente, Barbosa foi nomeado membro do STF em 2003 pelo próprio Lula, que na ocasião manifestou seu ''enorme orgulho'' por ter designado um juiz negro para ocupar um posto na mais alta corte do país.

Durante o processo, Barbosa manteve tensas discussões com o juiz revisor e a partir de hoje vice-presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, que criticou em muitas ocasiões a rigidez de suas alegações e opiniões.

Essas polêmicas lhe deram uma inesperada popularidade no país e fizeram com que a maioria dos brasileiros o veja quase como um paladino da luta pelo saneamento da gestão pública.


A esse caráter se soma o fato de ser o primeiro negro a chegar à presidência da Supremo Corte de um país que tem uma maioria de afrodescendentes e também sua origem humilde, que para muitos é um exemplo que os pobres podem ascender na escala social.

Barbosa nasceu no interior do estado de Minas Gerais na humilde cidade de Paracatu, e é o primeiro dos oito filhos de um pedreiro e uma dona de casa.

Aos 16 anos partiu rumo Brasília na busca por um futuro melhor, trabalhou na gráfica do jornal ''Correio Braziliense'' e concluiu seus estudos secundários, após o que se formou em Direito na Universidade de Brasília (UnB).

Iniciou sua carreira no Poder Judiciário em 1984 como procurador do Ministério Público e trabalhou em vários órgãos públicos, inclusive o Ministério das Relações Exteriores, época em que trabalhou na embaixada do Brasil na Finlândia.

Tem uma dúzia de obras sobre direito publicadas no Brasil e na França, foi professor em várias universidades e cursou estudos de pós-graduação em Paris, Brasília e Nova York.

Barbosa fala com fluência francês, inglês, alemão e espanhol e tem um gosto especial pela música, que desde sua juventude o levou a estudar piano e violino, instrumentos que, segundo os que lhe conhecem, domina com certo virtuosismo.

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