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IGP-M não deve continuar acima de 10%, prevê especialista da FGV

Índice de preços, que acumula alta de 11,18% em 12 meses, é utilizado nos reajustes dos contratos de aluguel

Professor Salomão Quadros: "Atual patamar de câmbio é neutro para a inflação" (Divulgação/Ibre-FGV)
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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 13h39.

São Paulo – O IGP-M acumulado em 12 meses não deve permanecer em patamar superior a 10% ao longo do ano, mas o índice – referência para os reajustes dos contratos de aluguel – ainda continuará pressionado em 2011.

A avaliação é do coordenador do Índice Geral de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), professor Salomão Quadros, que participou nesta sexta-feira (18) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

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“O recuo (da inflação) já era até imaginado para estar acontecendo em janeiro e fevereiro, mas novas pressões de commodities acontecerem neste início de ano e essa desaceleração prevista para a taxa em 12 meses do IGP-M está se dando de maneira muito lenta. O número atual (11,18%) praticamente não difere dos 11,32% do acumulado do ano passado”.

A boa notícia, segundo o especialista em inflação, é que há um primeiro sinal de fim do processo de aceleração da taxa de 12 meses, ao contrário do ano passado em que houve expansão em todos os meses. “A tendência é de recuo e há uma razão para isso. No ano passado, nós tivemos muitas recuperações de preços que tinham caído por conta da crise em 2008 e 2009. Numa fase de recuperação, você tem taxas muito fortes, mas depois essa taxa se estabiliza ou cresce bem menos, o que deve prevalecer nesse ano. Por outro lado, alguns aumentos de preços serão inevitáveis e podem chegar ao varejo.”

Salomão Quadros não quis cravar uma previsão para o IGP-M nesse ano por considerar que há muitos fatores que podem causar volatilidade. Sobre o câmbio, ele avalia que o atual patamar não ajuda nem atrapalha a evolução dos preços domésticos. O quadro inflacionário, de uma forma geral, é classificado como preocupante pelo especialista no assunto. “A gente deve ficar preocupado quando a inflação oficial atinge 6% ou até antes disso. Embora uma parte grande do aumento da inflação se deva a alimentos, que em princípio a gente não possa controlar muito, a gente não deve por causa disso não fazer nada.(...) Agora, quando a gente fala em fantasma da inflação, a gente não deve comparar com aquelas megainflações que a gente já teve no país. Isso aí provavelmente é uma página virada da nossa história.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o coordenador do Índice Geral de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas detalha os itens que estão pressionando a inflação neste início de ano e avalia qual é o peso do IGP-M na indexação da economia.

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