Brasil

Idade média das mães brasileiras será de 31,3 anos em 2070

Em 2020, idade média da maternidade era de 25,7 anos; novas projeções do Censo 2022 mostram adiamento dos planos de ter filhos

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 10h21.

Tudo sobreCenso 2022
Saiba mais

Nas próximas décadas, as mulheres do país vão ter menos filhos, e as que tiverem serão mais velhas. É o que mostram as Projeções de População 2024, calculadas pelo IBGE com base nos dados do Censo 2022 e divulgadas nesta quinta-feira.

Se a idade média da maternidade era de 25,7 anos em 2010, esse número subiu para 27,7 em 2020 e a tendência é que chegue em 31,3 anos em 2070.

"Em 2000, a gente tinha uma fecundidade bem mais jovem, com a maior parte das mulheres tendo filhos de 20 a 24 anos. Ao longo do tempo, já percebemos que a fecundidade está envelhecendo. Hoje, a gente tem a maior parte das mulheres tendo filhos de 25 a 29 anos, e isso se deve ao adiamento da maternidade e também à queda do número de filhos. Então, ao passar dos anos, a gente vai continuar envelhecendo esse padrão, até que esse pico de fecundidade se dê entre mulheres mais velhas, entre 30 e 34 anos", Explica Luciene Longo, gerente da pesquisa.

'Sempre foi claro que não queria ter filhos'

Laryssa Maciel, advogada de 27 anos está junto há quatro anos com seu companheiro, de 28 anos. O casal se conheceu durante um estágio no Tribunal de Justiça, quando ambos cursavam Direito. Laryssa compartilha que, apesar de serem autônomos, eles têm planos bem definidos para o futuro, que não incluem ter filhos.

"Para mim sempre foi claro que eu não queria ter filhos", afirmou.

Ela explica que, mesmo em relacionamentos anteriores, a questão dos filhos não foi o motivo do término. No entanto, com seu companheiro, a compatibilidade de visão sobre a paternidade foi evidente desde o início

"Quando o conheci, ele também deixou muito claro que não tinha vontade de ser pai", contou.

Laryssa discute as razões por trás da escolha do casal, que vão além da preferência pessoal, incluindo preocupações com instabilidade financeira, escolas boas, plano de saúde bom e o desejo de manter sua liberdade.

"Nós não gostaríamos de ter um filho por ter e não poder proporcionar o melhor", explicou, acrescentando que os dois amam crianças e estão frequentemente rodeados delas, mas depois as devolvem aos pais.

Ela destaca que discutem suas escolhas com amigos e familiares e observam que a decisão de não ter filhos está se tornando mais comum.

"Acho que vamos ver cada vez mais decisões assim, justamente por ver como o mundo está e a preocupação com o futuro", refletiu.

A jovem comentou que, no início de 2019, ao escrever seu trabalho de conclusão de curso na gradução de Direito sobre planejamento familiar e o direito à laqueadura para mulheres menores de 25 anos e sem filhos, essa questão era um tema de debate. Hoje em dia, a lei que permite esse procedimento pelo SUS já foi aprovada, e Laryssa destaca esse avanço como uma conquista significativa.

 

Acompanhe tudo sobre:IBGECenso 2022

Mais de Brasil

Lira acelera votações no plenário e suspende comissões temáticas da Câmara em 2024

Cratera se abre em canteiro de obra da linha 6-laranja do metrô, em SP

Senado aprova criação da Alada, a 'Embraer do espaço' para pesquisa aeroespacial

Em meio a insatisfação com emendas, Dino afirma que democracia não permite 'chantagens ou agressões'