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Iata: Brasil precisa mudar aeroportos para evitar fracasso em 2014

Agência internacional de transporte aéreo aponta os principais problemas que o país precisa resolver antes da Copa do Mundo

Construção do terceiro terminal de passageiros no aeroporto de Guarulhos está entre as maiores preocupações da Iata (Mario Rodrigues/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 14h07.

São Paulo - A menos que o Brasil invista urgentemente na melhoria de seus aeroportos e do sistema aéreo como um todo, sua experiência como país-sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas será um fracasso. Este é o parecer emitido por um relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).

"Os aeroportos brasileiros não serão capazes de receber os eventos a menos que mudanças maiores sejam feitas", diz Giovanni Bisignani, presidente do órgão internacional. Uma das maiores preocupações é com o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Segundo Bisignani, o terceiro terminal de passageiros do aeroporto está sendo construído sem as devidas consultas à indústria da aviação.

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O especialista diz que uma solução simples para apressar as melhorias nos aeroportos a tempo é intensificar o diálogo entre todos os elos do setor aéreo, o que inclui órgãos reguladores como a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), a Infraero, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Polícia Federal, dentre outros.

Bisignani considera essencial a participação das companhias aéreas na discussão de projetos. "As empresas poderiam trazer soluções para melhorar as operações nos terminais de passageiros e reduzir os congestionamentos", afirma.

Além dos problemas ligados aos eventos esportivos, o executivo aponta ainda outros gargalos da aviação brasileira que precisam ser eliminados:

Infraestrutura e ambiente regulatório

"O modelo da Infraero, que controla 94% dos aeroportos no Brasil, está falido. Terminais de 13 dos 20 principais aeroportos não conseguem absorver a demanda atual. São Paulo, que representa 25% do total do tráfego aéreo no Brasil, tem uma situação crítica. A capacidade é insuficiente e os serviços não correspondem aos padrões globais", diz Bisignani. O presidente da Iata defende, entretanto, a regulação da ANAC, considerada em conformidade com as recomendações internacionais.

Preço do combustível

Segundo Bisignani, no mundo, a parcela do combustível no total de despesas que uma empresa aérea tem para operar é de 29%, em média. No Brasil, este percentual chega a 37%. "Não há justificativa para o fato de os preços do combustível para aviação ser14% mais caro no Brasil do que no restante da América do Sul. O Brasil produz 80% do combustível de que necessita em suas próprias refinarias", diz.

Gerenciamento do tráfego aéreo

A Iata enfatiza que o governo federal deve apoiar os esforços do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA). "As companhias de aviação investiram para aumentar a eficiência dos voos. Porém, a infraestrutura no solo não corresponde à encontrada no ar", diz Bisignani. O órgão chefiado por ele recomenda a implantação de mecanismos operacionais mais eficientes principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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