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Human Rights Watch denuncia impunidade da violência policial

ONG denunciou impunidade dos crimes perpetrados pelas forças policiais e apontou a superpopulação das prisões como um dos grandes desafios a ser enfrentados


	Policial Militar prende suspeito: diretora da HRW Brasil lamentou as violações dos direitos humanos registradas no Brasil durante 2013
 (©AFP / Christophe Simon)

Policial Militar prende suspeito: diretora da HRW Brasil lamentou as violações dos direitos humanos registradas no Brasil durante 2013 (©AFP / Christophe Simon)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 13h01.

São Paulo - A ONG internacional Humam Rights Watch (HRW) denunciou nesta terça-feira em São Paulo a "impunidade" dos crimes perpetrados pelas forças policiais no país sul-americano e apontou a superpopulação das prisões como um dos grandes desafios a ser enfrentados nos próximos anos.

Na apresentação do relatório anual, a diretora da HRW Brasil Maria Laura Canineu lamentou as "inumeráveis violações dos direitos humanos" registradas no Brasil durante 2013 e usou como exemplo a atuação policial nas manifestações de junho contra o aumento da tarifa do transporte público.

"A partir de junho, pudemos ver um uso excessivo da força policial. Nas manifestações foi usado gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra os manifestantes", explicou Canineu, que informou que a ONG também registrou vários casos de tortura para obtenção de informação e confissões dos detidos.

Segundo a diretora da organização no Brasil, cinco pessoas morrem diariamente nas mãos das forças de segurança, algo que "dificilmente vai mudar" enquanto a impunidade destes crimes policiais "não for resolvida", assim como seus responsáveis sejam "castigados".

"Na rua, a população enfrenta uma situação de criminalidade incrível e a polícia responde. Não estamos aqui para não reconhecer o papel da Polícia que é muito desafiante, mas responde com violência, a Polícia mata e muito", asseverou.

Além disso, a ONG internacional fez especial insistência na superpopulação das prisões do país sul-americano "onde -segundo a diretora- 43% dos detentos permanecem de maneira provisória, sem sentença".

"Em dezembro, vimos uma situação carcerária absurda", disse em referência às execuções de vários presos em Pedrinhas e esclareceu que este cenário "não é novo".

Além disso, a ONG fez referência aos desafios que o país deve enfrentar em matéria de direitos humanos nos próximos anos. "Por incrível que pareça, o Brasil vive um momento interessante, há muito tempo que o país não afrontava desafios tão grandes nem esta necessidade de resolvê-los".

"Temos a impressão de que o Brasil assumiu uma relevância maior em nível global e tem que exercer um maior papel na proteção dos direitos humanos", assegurou Canineu, que disse que apesar do país ser "mais ativo" em dita matéria, "infelizmente não tem uma trajetória suficientemente consistente".

Além da diretora da ONG no Brasil, em dita apresentação realizada de forma paralela em 12 capitais mundiais, também participaram o diretor-executivo adjunto da HRW, Iain Levine, e o diretor da organização na América, Daniel Wilkinson.

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