Brasil

Haddad é vaiado em musical na Vila Olímpia

Foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um mês - todos em situações privadas


	Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um mês
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad: foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um mês (Paulo Fridman/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2015 às 09h58.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi vaiado no domingo, 31, ao ter sua presença anunciada pelo ator Jarbas Homem de Mello na peça Chaplin, o Musical, em cartaz no Theatro Net São Paulo, na Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul.

Foi o quarto ato de hostilidade a um integrante do PT na capital paulista em menos de um mês - todos em situações privadas, e não em eventos da vida pública.

Haddad foi alvo de vaias de parte da plateia do musical após a apresentação, quando o protagonista da peça agradecia a presença de autoridades. O prefeito estava acompanhado do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB).

"Percebi que a vaia estava aumentando. Disse que estávamos numa democracia, que todo mundo tem o direito de se manifestar, mas que estávamos ali para celebrar Chaplin", relatou Jarbas ao jornal O Estado de S. Paulo.

Depois disso, o ator voltou a agradecer o público e se despediu. A orquestra tocou uma música para amenizar o clima de constrangimento e as cortinas se fecharam. A Prefeitura afirmou ontem que "as vaias ao prefeito Fernando Haddad fazem parte da democracia".

Pessoas que estavam na apresentação também disseram que professores e crianças que assistiram à peça pediram para tirar fotos com Haddad.

Ao término do espetáculo, Haddad e Chalita foram ao camarim - as vaias não foram tema da conversa com o elenco. A atriz Claudia Raia, uma das produtoras do musical, também participou do bate-papo.

'Errado'

Em entrevista recente à revista Vice, Haddad mostrou desconforto com protestos contra políticos feitos em ambiente ou momentos da vida particular.

"Acho que quando você mistura público com o privado em relação a pessoas eleitas e democráticas, que têm uma trajetória democrática, é uma confusão que me lembra o pior da tradição política", afirmou Haddad, ao ser questionado sobre ato do Movimento Passe Livre (MPL), em frente à sua casa.

O protesto ocorreu em fevereiro, em meio à discussão sobre aumento da tarifa de ônibus. Dois meses depois, um grupo apoiado pelo MPL fez um protesto na aula de pós-graduação que Haddad ministra na USP.

"Eu não fui o primeiro prefeito hostilizado dessa maneira por eles, mas não recomendo para as pessoas progressistas agirem dessa maneira contra nenhum político", disse Haddad.

"Eu acho errado, mas penso que eles vêm de uma tradição política complicada, uma visão antiestatal. Para minha formação de esquerda democrática, vejo com alguma preocupação a forma como eles se organizam, embora reconheça a legitimidade da reivindicação."

No mês passado, a presidente Dilma Rousseff foi recebida com panelaço em sua chegada ao casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho.

O secretário municipal Alexandre Padilha foi alvo de protesto em uma churrascaria nos Jardins.

Na semana seguinte, o ex-ministro Guido Mantega foi hostilizado pela segunda vez, também em um restaurante - a primeira havia sido no Hospital Albert Einstein, no Morumbi.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasFernando HaddadMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitosProtestossao-paulo

Mais de Brasil

Justiça determina prisão de 98 anos a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras

Prouni 2024: inscrições para vagas do 2º semestre começam na próxima terça, 23

Letalidade policia cresce 188% em 10 anos; negros são as principais vítimas, aponta Anuário

⁠Violência doméstica contra a mulher cresce 9,8% no Brasil, aponta Anuário de Segurança Pública

Mais na Exame