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Haddad e Tarcísio reforçam polarização nacional em debate ao governo de SP

A união de forças entre Haddad e Tarcísio contra Garcia faz parte da tática dos dois de aproveitar a polarização nacional

Temas nacionais apareceram em outros momentos do debate, como a proximidade recente do PT com Geraldo Alckmin (PSB) e a corrupção nos governos petistas (Haddad: Diogo Zacarias / Tarcísio: Alberto Ruy/Divulgação)

Temas nacionais apareceram em outros momentos do debate, como a proximidade recente do PT com Geraldo Alckmin (PSB) e a corrupção nos governos petistas (Haddad: Diogo Zacarias / Tarcísio: Alberto Ruy/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de setembro de 2022 às 08h59.

Candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) repetiram a tática de reproduzir a polarização existente no plano nacional durante o debate entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes, na noite desta terça-feira, 13. Eles também se uniram para atacar o governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Garcia foi o maior alvo do encontro promovido pela TV Cultura, pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo UOL, foi Garcia.

Ao sugerir não tem padrinhos políticos e tentar se distanciar do ex-governador João Doria, o tucano foi criticado pelos adversários dos dois lados. "Trabalhei com cinco governadores diferentes, sempre procurei tirar o que há de melhor de cada um deles", disse Garcia.

"Todo mundo tem padrinho. Não é bem assim. O Rodrigo se esquece de que o Kassab foi padrinho dele. Fez dobrada com ele. Ele serviu ao governo Kassab aqui na Prefeitura. Foi também no governo Pitta. Foi secretário do (ex-prefeito Celso) Pitta. Brigou com Covas, foi demitido, fez campanha pro Pitta e foi secretário do Pitta. E foi secretário do Doria. Não é justo ele falar ‘sou vice, assumi há cinco meses’", rebateu Haddad.

Tarcísio de Freitas atacou o que considerou uma postura ambígua de Garcia, de ora assumir os créditos por atos dos governados do PSDB e ora responder que está no cargo há apenas cinco meses. "Tenho sempre essa dúvida existencial do que, afinal de contas, você estava fazendo ou não estava fazendo", disse Tarcísio.

O candidato do PDT, Elvis Cezar, fez duras críticas ao governo estadual em pergunta direcionada a Garcia - a atuação foi comemorada por assessores de Haddad e de Tarcísio, no intervalo. Garcia também foi questionado durante o bloco de perguntas de jornalistas sobre o fato de seu irmão ter sido condenado por envolvimento na máfia do ISS. "Ninguém é responsável por irmão. Eu respondo pelos meus atos", disse Garcia.

A união de forças entre Haddad e Tarcísio contra Garcia faz parte da tática dos dois de aproveitar a polarização nacional na disputa estadual de Lula e Bolsonaro e concentrar, neles dois, a campanha atual.

Haddad escolheu Tarcísio para responder sua primeira pergunta. O petista falou sobre campanhas de vacinação e questionou o ex-ministro de Bolsonaro: "você acha que o governo federal agiu bem em relação à vacina?"

Tarcísio defendeu a gestão de Bolsonaro durante a pandemia. "Nós conseguimos aplicar a primeira vacina um mês depois do primeiro vacinado no mundo", disse o ex-ministro. A primeira vacina aplicada no País, no entanto, foi em São Paulo, fruto do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantã e em ato político conduzido pelo ex-governador João Doria, que na época vivia uma queda de braço com o governo federal. "O nosso case de vacinação foi um sucesso aí ao redor do mundo. A gente se saiu melhor do que vários outros países com relação a questão da covid", disse Tarcísio.

O petista então disse que Bolsonaro "fez pouco caso da pandemia, fez pouco caso dos e-mails que recebeu dos laboratórios produtores de vacina, cortou o auxílio emergencial antes da população estar vacinada". O petista lembrou de fala de Tarcísio durante sabatina do Estadão, na qual o candidato de Bolsonaro disse que não exigiria vacinação de servidores públicos. Tarcísio ignorou a acusação do petista sobre a demora na compra das vacinas e voltou a dizer que não obrigaria os servidores a se vacinar.

Temas nacionais apareceram em outros momentos do debate, como a proximidade recente do PT com Geraldo Alckmin (PSB) e a corrupção nos governos petistas. O candidato do partido Novo, Vinícius Poit, acusou o PT de defender bandidos e chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "ex-presidiário".

Coube a Fernando Haddad repetir parte da estratégia de Lula para se defender das perguntas a respeito de corrupção nos governos do PT e dizer que nos mandatos de Lula órgãos de combate à corrupção foram fortalecidos. "Você tenta cultivar um tipo de postura que não contribui para a boa política do nosso país", disse Haddad a Poit, depois de dizer que o pai do candidato, o empresário Wilson Poit, foi secretário de Haddad em São Paulo.

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