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Guerra cambial e juros são grandes desafios para o Brasil, diz Pimentel

Novo ministro defende investimento em inovação e queda na taxa de juros para aumentar a competitividade da indústria

Fernando Pimentel defendeu a conclusão da Rodada Doha (WIKIMEDIA COMMONS)

Fernando Pimentel defendeu a conclusão da Rodada Doha (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 13h07.

Brasília – O combate à guerra cambial, a redução das taxas de juros, a elevação dos investimentos em infraestrutura e a diminuição da carga tributária são os principais gargalos que o Brasil terá de superar para ampliar as exportações e se desenvolver. Os desafios foram apontados pelo novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que tomou posse no final da manhã.

Para Pimentel, o país precisa investir em inovação e continuar a melhorar a competitividade para se desenvolver. “A indústria, para se desenvolver mesmo no Brasil, precisa ser competitiva internacionalmente. Inovação, internacionalização, investimentos, parcerias, todos são ingredientes do país que almejamos”, disse o novo ministro.

Na avaliação do ministro, a queda dos juros depende da contenção dos gastos públicos, medida prometida pela presidenta Dilma Rousseff. “As taxas de juros ainda não estão em níveis desejáveis e sua necessária redução exigirá um esforço de disciplina fiscal – uma tarefa de delicada engenharia econômica e política”, comentou Pimentel no discurso de posse.

Ele afirmou ainda que o Brasil buscará a conclusão da Rodada Doha e exercerá papel central na retomada das negociações comerciais na Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo Pimentel, o país não hesitará em fazer uso de mecanismos de defesa comercial, quando forem cabíveis.

No discurso de despedida, o ex-ministro Miguel Jorge destacou a elaboração da política industrial, lançada em 2008, como uma das grandes conquistas de sua gestão. “A PDP [Política de Desenvolvimento Produtivo] resgatou a capacidade de o Estado operar ações e instrumentos para coordenar o desenvolvimento”, afirmou.

Segundo Miguel Jorge, das 425 medidas da política industrial, 99% estão em operação. Ele, no entanto, admitiu que somente uma das quatro metas foi cumprida: a de elevar a participação das exportações brasileiras para 1,25% das exportações mundiais. Em 2009, disse ele, a participação atingiu 1,26% e deve fechar 2010 em 1,3%.

O ex-ministro ressaltou ainda a agilidade dos processos de defesa comercial. De acordo com ele, a média das investigações dos processos antidumping caiu de cerca de três anos, em 2003, para dez meses. “O Brasil só ficou atrás da Índia na abertura de processos de investigação comercial”, declarou. Na gestão dele, o Brasil abriu 97 processos, dos quais 62 resultaram em aplicação de medidas de defesa comercial.

Miguel Jorge ressaltou ainda que, no período em que esteve à frente da pasta, o Brasil bateu recorde de exportações, que fecharam 2010 em US$ 201,9 bilhões, o maior nível da história. O ex-ministro relembrou as 21 missões empresariais realizadas nos últimos quatro anos, cada uma com cerca de 100 empresários. “Essas missões ajudaram o Brasil a ampliar o comércio com países fora das economias centrais.”

O ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção às Exportações (Apex-Brasil) Alessandro Teixeira também tomou posse como novo secretário executivo do ministério. Ele sucede Ivan Ramalho, que ocupou o cargo nos últimos quatro anos.

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