Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 28 de junho de 2024 às 17h11.
Última atualização em 28 de junho de 2024 às 17h22.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SMTTrusp) aprovou por unanimidade uma greve para a próxima quarta-feira, 3. A decisão foi anunciada em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira, 28.
Segundo o sindicato, a categoria cumpre a previsão legal de informar com 72 horas úteis de antecedência que planeja realizar uma paralisação. Não existe previsão de uma nova assembleia para referendar a greve, que somente será adiada em caso de apresentação de uma proposta por parte do sindicato patronal.
Os trabalhadores pedem reajuste de 3,69% pelo IPCA (inflação oficial), mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, indíce calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As empresas ofereceram 2,77% e composição pelo Salariômetro de setembro.
Entre os pontos classificados como inegociáveis pela categoria está a redução da jornada de trabalho. A proposta é de 7 horas efetivamente trabalhadas (6h30 mais 30 minutos para descanso e refeição) ou 6 horas trabalhadas com 1 hora remunerada. Hoje, os trabalhadores tem jornada de 7 horas trabalhadas sem o descanso remunerado.
O sindicato também pede a ampliação na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), um reajuste do valor do tíquete para R$ 38, uma cesta básica com produtos de qualidade e o fim do termo "similar".
A categoria quer também um reajuste de 17% no seguro de vida, garantindo cobertura de dez salários mínimos conforme a Lei nº 12.619 (lei do motorista), melhorias nos convênios médico e odontológico, auxílio funeral com revisão dos valores, e um cartão para uso em casos de necessidade.
No início do mês, a categoria adiou uma paralisação prevista para o dia 7 de julho após reunião entre os motoristas e as empresas de ônibus na Justiça do Trabalho.
As partes haviam concordado em reabrir as renegociações de reajuste salarial dos trabalhadores. A decisão suspendeu qualquer chance de greve até 30 de junho.
Os motoristas, cobradores e trabalhadores do setor de manutenção permaneceram em estado de greve durante as negociações, com ações de mobilização junto à categoria.