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Governo tem votos para barrar denúncia contra Temer, diz fonte

Pela Constituição, o presidente da República só pode ser julgado por um crime comum pelo STF diante de uma autorização da Câmara

Temer: "Ruim com Temer, pior sem ele", avalia uma das fontes (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: "Ruim com Temer, pior sem ele", avalia uma das fontes (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2017 às 21h16.

Brasília  - O governo tem entre 250 e 300 votos na Câmara para barrar a esperada denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar contra o presidente Michel Temer, avaliou uma fonte governista, número não só superior ao mínimo necessário para evitar a continuidade do processo, mas também expressivo o suficiente para uma demonstração de força do Planalto no Parlamento.

Pela Constituição Federal, o presidente da República só pode ser julgado por um crime comum pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diante de uma autorização da Câmara dos Deputados, que precisa aceitar a denúncia por dois terços de seus integrantes.

Ou seja, bastaria ao governo garantir um terço do plenário mais um (o equivalente a 172 votos). Mas segundo essa e outra fonte consultada pela Reuters nesta terça-feira, interessa ao governo garantir uma gordura bem maior do que isso para demonstrar que o presidente ainda conta com a simpatia do Congresso.

A estimativa, claro, leva em conta o cenário atual, e desconsidera o surgimento de qualquer outra denúncia com capacidade de minar a governabilidade de Temer. Também tem como principal pilar, segundo essas duas fontes, o fato de que os deputados realmente se preocupam com os impactos de uma segunda reviravolta no posto mais alto do Executivo em tão pouco tempo.

"Ruim com Temer, pior sem ele", avalia uma das fontes. "Nas condições dadas, Temer fica até 2018."

A segunda fonte consultada lembra que qualquer placar abaixo de 257 pró Temer seria um sinal muito negativo para o governo. É que este número equivale à metade dos 513 deputados mais um. Não alcançá-lo sinaliza que o governo não teria força para bancar um quórum de votação, por exemplo.

Temer responde a inquérito no STF que apura se o presidente cometeu os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça.

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