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Governo pode investir R$ 100 bi e atrair mesmo valor no setor privado, diz ministro dos Transportes

Para Renan Filho, com a aprovação do Marco Fiscal será possível ver o dólar em queda assim como a taxa de juro

Ferrovia: o governo que aumentar a malha férrea  (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)

Ferrovia: o governo que aumentar a malha férrea (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 17 de maio de 2023 às 18h47.

Última atualização em 17 de maio de 2023 às 19h03.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que acredita que o governo terá capacidade de investir com recursos públicos mais de R$ 100 bilhões nos próximos anos. Renan Filho ressaltou que uma parte desses investimentos terá origem em Parcerias Público Privadas (PPPs). “Vamos atrair também próximo disso, em investimentos privados, sobretudo se a gente observar a taxa de juro que a gente precisa ter”.

A taxa de juro “nas alturas”, apontou ele, seria um dos obstáculos para atrair novos investimentos. Ele defendeu, no entanto, que com a aprovação do marco fiscal apresentado pelo governo “nós vamos continuar observando o dólar em queda, bolsa em alta, inflação com mais facilidade de ser contida o que vai permitir uma queda da taxa de juro, o que vai facilitar colocar de pé projetos para a iniciativa privada”.

O ministro disse também que a agenda fiscal é “fundamental e que está sendo cumprida no curto prazo”, mas que é importante dizer que “nós não precisamos superar o gap de infraestrutura em um ano. O gap de infraestrutura é de R$ 200 bilhões a R$ 400 bilhões. A gente precisa colocar o Brasil para investir na proporção do seu PIB o que outros países semelhantes a nós investem”, defendeu.

Renan também apontou incapacidade de o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) fazer investimentos atualmente, devido a medidas adotadas em gestões anteriores. "O BNDES, que é o principal financiador do país, perdeu protagonismo para as debêntures porque o governo federal pediu R$ 400 bilhões de volta de funding. O BNDES virou uma área de consultoria", disse.

Captação de investimento para infraestrutura

O ministro comentou também que dois leilões do Paraná que, de acordo com ele, irão colocar de pé um Capex de aproximadamente R$ 18,6 bilhões. “É o maior leilão de rodovias da América Latina”, disse.

Ele também falou que em breve o governo deve fazer o leilão da BR-040, uma rodovia que liga o Distrito Federal, passa por Belo Horizonte, Juiz de Fora, desce a serra carioca e que vai até a cidade do Rio de Janeiro. “E também faremos ainda neste ano o leilão da BR-381, que é muito conhecida no estado de Minas Gerais pelas dificuldade que tem. Esses são os investimentos privados que serão levados a leilão neste ano”, pontuou.

Segundo Renan, as expectativas é que para o próximo ano sejam realizados mais seis leilões. “Ao longo dos últimos anos o governo brasileiro vem tentando agilizar a captação de capital privado, mas vale lembrar que foram seis leilões rodoviários nos últimos quatro anos”.

Apesar das críticas, Renan ponderou que não é simples fazer esses leilões porque é preciso “garantir a atratividade, a rentabilidade em meio a todas essas dificuldades colocadas”.

Trem

Em relação à expansão da linha ferroviária no país, Calheiros afirmou que o governo tem mais 100 autorizações no papel. “Temos um conjunto de investimentos em ferrovias em andamento, por exemplo, a ferrovia Norte-Sul. Pela primeira vez na história do país uma locomotiva vai sair do posto de Itaqui no arco norte do país e conseguir chegar a Santos por estrada de ferro. Desde 1988 ela está em construção, vários presidentes se empenharam em fazê-la e agora finalmente vai ser terminada”.

Ele comentou ainda a estruturação do corredor Fico e Fiol, que irá integrar a ferrovia do Centro-Oeste do país ao Centro-Leste para escoar parte da produção do Brasil-central pelo sul da Bahia. “Há algumas oportunidades com essas renovações, estamos discutindo, mas o fundamental para avançar ferrovias hoje é que nós temos muito mais cargas em algumas partes do país que requerem os investimentos, e os investimentos vão vir. Vão vir associando esses dois modelos fortalecendo investimentos públicos e aumentando a capacidade de atrair capital privado”, concluiu.

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