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Governo paraguaio "respeita" homenagem de Bolsonaro a ditador

Presidente fez homenagens a líderes militares, entre eles o paraguaio Alfredo Stroessner, em posso do novo diretor da Itaipu

Bolsonaro: Presidente fez homenagens a todos os líderes militares do Brasil (Adriano Machado/Reuters)
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EFE

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 15h26.

Assunção - O Governo do Paraguai "respeita a opinião" do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro , e não emitirá nenhuma queixa formal pela homenagem ao ditador Alfredo Stroessner (1954-1989) que realizou na terça-feira passada na presença de seu colega Mario Abdo Benítez.

Na primeira reunião bilateral entre ambos os presidentes, que aconteceu na usina hidrelétrica de Itaipu, compartilhada entre Brasil e Paraguai, Bolsonaro fez uma "homenagem ao general Alfredo Stroessner", a quem qualificou como um "estadista que sabia perfeitamente" o que queria para o Paraguai.

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Bolsonaro se referiu também ao ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967), que, junto com Stroessner, foram os promotores da construção de Itaipu.

O porta-voz do Governo paraguaio, Hugo Cáceres, afirmou nesta quinta-feira, após uma reunião com Benítez, que o Gabinete "respeita as opiniões" de Bolsonaro, com o qual "o diálogo foi muito positivo" e com o qual aspira a manter uma "relação-chave" para o país.

Por isso não fará nenhuma queixa formal em relação às palavras de Bolsonaro e acrescentou que não pode "criticar uma opinião feita por um presidente em seu território", já que o encontro bilateral aconteceu no lado brasileiro da barragem, por causa da nomeação do novo diretor brasileiro de Itaipu.

Em relação às críticas da oposição pelo seu silêncio no tema, Cáceres reafirmou o compromisso de seu Governo e de seu presidente "com a democracia, seus valores e seus princípios", que "expressou claramente nas suas mensagens, mas sobretudo nos seus fatos."

A ditadura de Stroessner, a mais longa da América do Sul, deixou 425 desaparecidos ou executados, prendeu quase 20 mil pessoas, que na sua maioria foram torturadas, e forçou o exílio de 20.814 paraguaios, segundo revelou a Comissão de Verdade e Justiça do país. EFE

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