Brasil

Governo mobiliza Exército e escolas contra o "Aedes"

O governo quer usar as 190 mil escolas públicas, mobilizando 40 milhões de estudantes e 2 milhões de professores, para que eles se envolvam no combate


	Força-tarefa: o governo quer usar as 190 mil escolas públicas, mobilizando 40 milhões de estudantes e 2 milhões de professores, para que eles se envolvam no combate
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Força-tarefa: o governo quer usar as 190 mil escolas públicas, mobilizando 40 milhões de estudantes e 2 milhões de professores, para que eles se envolvam no combate (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2016 às 13h32.

Brasília - Insatisfeita com a falta de resultado das ações do Ministério da Saúde no combate ao mosquito Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff decidiu desencadear uma operação de grande porte, com uso maciço de militares das Forças Armadas, em todo o país, para entrar de casa em casa, tentando reduzir os criadouros.

Ao mesmo tempo, o governo quer usar as 190 mil escolas públicas, mobilizando 40 milhões de estudantes e 2 milhões de professores, para que eles se envolvam no combate às doenças provocadas pelo Aedes, na volta às aulas. 

Serão palestras, cartilhas e pedidos para um trabalho conjunto, uma espécie de "guerra ao mosquito". Campanhas em rede de televisão também serão desenvolvidas. A presidente caracterizou a situação no país como "de emergência" e exigiu o "empenho máximo" de todos os segmentos do governo.

Após regressar de viagem a Pernambuco, um dos Estados onde a situação é mais crítica com as diferentes doenças provocadas pelo mosquito - dengue, chikungunya e zika que está associado à microcefalia -, a presidente Dilma comandou uma reunião com ministros, exigindo providências urgentes.

A preocupação do governo é que a situação, que já é considerada grave, piore muito mais, uma vez que a proliferação do mosquito ocorre principalmente entre os meses de fevereiro e junho e as doenças estão crescendo exponencialmente.

Com a volta às aulas, o governo quer negociar com Estados e municípios para que eles entrem "de cabeça" neste processo de combate ao mosquito, principalmente porque o Ministério da Educação não pode agir sobre todas as escolas.

A falta de empenho dos Estados e municípios foi uma das principais queixas do ministro da Saúde, Marcelo Castro, para justificar os maus resultados no combate às doenças.

Mesmo com campanha nas escolas e uso das Forças Armadas, o governo federal vai procurar prefeitos e governadores. Campanhas de utilidade pública também serão desencadeadas em todo o país, em caráter de urgência. E o uso de repelentes será incentivado pelo governo.

Forças Armadas

Dilma deu prazo até segunda-feira feira para que os ministérios apresentem propostas de ação. Na terça-feira será realizada reunião para traçar os atos. As Forças Armadas, em particular o Exército, vão ampliar o trabalho que já estão fazendo, pontualmente, em algumas cidades.

Os militares vão às casas, ajudar na descoberta de criadouros, ensinar o combate ao mosquito. A ideia é que as ações sejam quase que imediatas.

A decisão de usar o Exército e as escolas é para tentar conseguir uma mobilização da comunidade, para que não haja uma "explosão" da doença já em fevereiro. Com a campanha nas escolas, o objetivo é usar os alunos e professores para difundir as medidas para acabar com as larvas do mosquito.

Ameaça

O Brasil vive sob a ameaça de enfrentar neste verão uma tríplice epidemia - dengue, chikungunya e zika. Os números apresentados até agora não são nada animadores.

Embora advertências sobre os riscos das doenças tenham sido feitas, os registros são crescentes. Em dezembro, o número de cidades com epidemia provocada por dengue já era quatro vezes maior do que no mesmo mês de 2014 - um indicativo de que os criadouros do mosquito permanecem em grande quantidade.

Na quarta-feira, o diretor de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch, não escondeu sua preocupação com a ameaça de zika. A doença chegou ao país em abril do ano passado, provocou uma epidemia no Nordeste e está relacionada à explosão de casos de microcefalia.

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