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Governo do RN suspeita que pode haver mais mortos em Alcaçuz

Poucas horas depois que policiais militares deixaram o local, um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados de um dos pavilhões

Presos: serão inspecionadas as fossas existentes no interior da unidade (Josemar Goncalves/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 14h42.

A suspeita de que mais de 26 presos podem ter sido mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal (RN), motivou a Secretaria da Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte (Sejuc) a pedir à Companhia de Águas e Esgotos do estado (Caern) que inspecione as fossas existentes no interior da unidade.

Um caminhão e equipes da empresa chegaram à penitenciária, no bairro Potengi, na manhã de hoje (16). Segundo a assessoria da Seju, o trabalho está atrasado devido a um novo tumulto na unidade. Nesta segunda-feira, poucas horas depois que policiais militares deixaram o local, um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados de um dos pavilhões.

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As autoridades estaduais de segurança pública negam tratar-se de mais uma rebelião, mas admitem que, devido ao "clima tenso", adiaram também o início da revista nas celas e a recontagem de presos.

Imagens divulgadas pela imprensa exibem homens sobre os telhados dos pavilhões empunhando paus, pedras e barras de ferro. Vestindo calções azuis, alguns homens enrolaram camisetas brancas na cabeça para esconder o rosto.

Alguns portam bandeiras improvisadas com lençóis enquanto gritam palavras de ordem como "a vitória é nossa", em aparente provocação a integrantes de facções rivais.

De acordo com a Sejuc, as equipes da Caern vão inspecionar as fossas assim que as forças policiais retomarem o controle da situação e as condições de segurança estejam garantidas. Às 13h (horário de Brasília), policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Grupo de Operações Especias (GOE) estavam prestes a ingressar na penitenciária.

Alcaçuz foi palco de uma rebelião que durou cerca de 14 horas, entre sábado (14) e domingo (15). Inicialmente, as autoridades estaduais falavam em pelo menos dez mortos. Ontem à noite, no entanto, os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, anunciaram que 26 corpos foram localizados e transferidos para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), onde serão identificados.

Ontem mesmo, o Itep já tinha sido autorizado a alugar um contêiner frigorífico para armazenar os corpos encontrados em Alcaçuz. Embora o instituto disponha de duas câmaras frias com capacidade para abrigar entre 20 e 30 corpos em cada uma delas e receba, em média, cinco corpos diariamente, a diretoria do Itep decidiu agir preventivamente para garantir que não falte espaço, caso o total de detentos mortos seja maior que as primeiras informações divulgadas. O valor do aluguel do contêiner não foi informado.

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