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Governo deve cortar ponto de servidores que aderirem à greve

O governo peemedebista tem ressaltado que "acabou a tolerância dos 13 anos de governo petista" e avisou que já existe uma decisão política de cortar ponto

Dyogo Oliveira: um dos ministros perguntou sobre como o Planalto trataria a greve e o ministro do Planejamento foi contundente ao responder que "tem de cortar o ponto" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Dyogo Oliveira: um dos ministros perguntou sobre como o Planalto trataria a greve e o ministro do Planejamento foi contundente ao responder que "tem de cortar o ponto" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de abril de 2017 às 21h48.

Brasília - Em uma clara mudança de postura em relação ao governo petista, que na avaliação do Planalto era "complacente e tolerante" com as greves que prejudicam a população, o presidente Michel Temer quer o corte de ponto dos grevistas.

A nova conduta, deixando de lado o que chamam de "república sindicalista", foi acertada na segunda-feira, durante a reunião de Temer com os ministros políticos, convocada para tratar da votação das reformas.

Na reunião, um dos ministros perguntou sobre como o Planalto trataria o tema e o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, foi contundente ao responder que "tem de cortar o ponto", no que foi apoiado por Temer e os demais ministros.

O governo peemedebista tem ressaltado que "acabou a tolerância dos 13 anos de governo petista" e avisou que já existe uma decisão política de cortar ponto.

Para tomar tal medida, o ministro Dyogo justificou que já existem medidas administrativas para cortar o ponto e que não precisam de novos decretos ou portarias. Além disso, o governo se baseia no fato de que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já validou o corte de ponto de servidores públicos que decidirem entrar em greve e que os órgãos públicos podem descontar os dias parados antes de uma decisão da Justiça que considere a greve ilegal.

Na sexta-feira, 28, o presidente Michel Temer permanece em Brasília e despachará normalmente no Palácio do Planalto.

Os ministérios também funcionarão, embora o trânsito na Esplanada vá ser fechado, com revista em bolsas e sacolas de quem se dirigir para a região, a fim de evitar depredações e atos violentos.

A ideia é proteger também a Praça dos Três poderes, impedindo que os manifestantes desçam para ela.

O governo quer evitar qualquer radicalização dos movimentos porque não considera que isso seja bom para o Brasil.

A avaliação é de que o movimento será mais restrito às grandes cidades, não se configurando como uma greve nacional.

Mas todos reconhecem que haverá grandes transtornos para a população, embora a manifestação fique restrita à sexta-feira e não se estenda por outros dias.

Para o governo, muita gente vai faltar ao trabalho, não para participar dos protestos, mas para ampliar o fim de semana prolongado.

Por isso, interlocutores do Planalto ressaltam que as adesões serão expressivas, mas menos que o "desejado" pelos organizadores, porque os sindicalistas parecem estar "descapitalizados" e sem capacidade de manter mobilização por prazo mais longo.

Ao contrário das grandes manifestações, que costumam lotar a Esplanada dos Ministérios, a intenção da greve geral convocada para a próxima sexta-feira (28) é deixar a Esplanada vazia.

A instrução do sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF) é para que os funcionários públicos permaneçam em suas casas.

"Quanto menos gente na Esplanada, melhor. A ideia é que as pessoas fiquem em casa, até mesmo porque não vai haver transporte público coletivo na sexta-feira. Queremos a Esplanada e a cidade vazia, pois é uma greve de produção e circulação", afirmou o secretário-geral do Sindsep, Oton Pereira Neves.

Segundo ele, a partir das 7h, haverá piquetes nas portas de todos os órgãos federais na capital para o convencimento dos funcionários que tentarem ir trabalhar.

A previsão é de que poucas pessoas se reúnam a partir das 10h no "Espaço do Servidor", localizado entre os blocos C e D da Esplanada.

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