Governo confirma reajuste de 5,67% para o Bolsa Família a partir de julho
O governo informou que colocará mais 684 milhões de reais no orçamento do programa para cobrir os custos do reajuste
Reuters
Publicado em 30 de abril de 2018 às 19h05.
Última atualização em 30 de abril de 2018 às 20h19.
Brasília - O governo confirmou nesta segunda-feira, por meio de nota, um reajuste de 5,67 por cento nos benefícios do Bolsa Família , a partir de julho.
O reajuste, o primeiro desde 2016, aumentará o valor médio dos benefícios, hoje em 177,71 reais, para 187,79 reais. No total, o aumento dado aos beneficiários custará 684 milhões de reais, que serão acrescentados ao orçamento do Bolsa Família em uma suplementação orçamentária que precisa ainda ser aprovada pelo Congresso.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ficou em 4,01 por cento no acumulado entre o último reajuste, em julho de 2016, e março deste ano, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
Em busca de uma agenda positiva, Temer havia definido que o aumento dos benefícios do Bolsa Família seria superior à inflação. O valor final, no entanto, foi fechado no final da semana passada e o presidente bateu o martelo apenas nesta segunda --tanto que seu pronunciamento para o 1º de Maio, já divulgado nas redes sociais, gravado pela manhã, não traz o índice.
O governo procurava um número que permitisse dar um aumento real aos beneficiários e, ao mesmo tempo, mantivesse a folga orçamentária necessária para que se possa manter zerada a fila de pessoas que procuram o programa. Em julho do ano passado, depois de um pente fino que excluiu mais de 500 mil famílias por não cumprirem os requisitos, o governo inclui mais 828 mil que estavam em espera e anunciou que havia zerado a fila.
O último reajuste do programa, de 12,5 por cento, foi dado pelo governo em julho de 2016 e anunciado em cima da hora, no dia 29 de junho. Naquele ano, pouco menos de duas semanas antes de ser afastada da Presidência, Dilma Rousseff anunciara um aumento de 9 por cento para o programa em um evento em comemoração ao Dia do Trabalho, em São Paulo.
Ao assumir a Presidência, Temer não confirmou o reajuste, mas depois se decidiu por um aumento ainda maior, sob a alegação de que os 9 por cento prometidos por Dilma não recuperavam o poder de compra dos beneficiários.