O vice presidente da Colômbia, Angelino Garzón: "Eles têm o dever de se comprometer com o povo a suspender todas as ações criminosas e violentas contra a população civil", afirmou Garzón. (Angelino_Garzón.jpg: *Álvaro_Uribe_Velez_57th_President_of_Colombia.jpg: CIAT/ Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2013 às 12h35.
Genebra - O governo colombiano proclamou nesta terça-feira nas Nações Unidas seu compromisso de avançar no diálogo que mantém com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e destacou que a guerrilha deve se comprometer a abandonar o caminho da violência.
"Eles têm o dever de se comprometer com o povo a suspender todas as ações criminosas e violentas contra a população civil; a pôr fim ao recrutamento forçado de meninos, meninas e adolescentes; a não colocar mais minas terrestres", disse o vice-presidente colombiano, Angelino Garzón.
Também corresponde ao grupo armado "entregar terras para reparar as vítimas da violência como base para um processo de perdão e reconciliação", acrescentou Garzón, que preside a delegação de seu país na sessão do "Exame Periódico Universal" de direitos humanos na ONU.
Esta chamada coincide com o início hoje, em Havana, de uma nova rodada de conversas entre negociadores governamentais e representantes das Farc.
Ao fim desses encontros, são esperados avanços em questões relacionadas às terras e à participação dos guerrilheiros no processo político colombiano, uma vez que se alcance um acordo de paz.
Garzón preside uma delegação de alto nível que chegou a Genebra para participar do procedimento conhecido como "Exame Periódico Universal", em que se avaliam de forma periódica os avanços em matéria de direitos humanos registrados nos países da ONU.
Frente às delegações governamentais de dezenas de países, o vice-presidente colombiano reconheceu que seu país ainda tem "desafios muito grandes a superar", particularmente no relacionado ao combate das guerrilhas, os grupos criminosos, os narcotraficantes e a criminalidade comum.
A esses, Garzón assegurou que, apesar de "suas ameaças, assassinatos e outras ações violentas", o governo não mudará suas políticas nem modificará "a rota de buscar a paz".
Também destacou que na Colômbia se adotaram medidas para promover o trabalho dos defensores dos direitos humanos e dirigentes sindicais.
"Hoje não é possível na Colômbia que um servidor público, seja civil, militar ou policial, denigra as atividades" que esses realizam, assinalou.
No entanto, insistiu que não era seu propósito apresentar a Colômbia como "o país das maravilhas e muito menos ocultar as dificuldades e desafios que ainda temos".
Entre esses, o vice-presidente mencionou a falta de igualdade social, a impunidade, a aglomeração carcerária e a necessidade de dar maior proteção aos lutadores pelos direitos humanos e pelos direitos dos trabalhadores.
Neste sentido, destacou o interesse da Colômbia em conhecer a experiência de outros países que tenham conseguido reparar as vítimas antes de alcançar a paz, ou sofrido o flagelo de guerrilhas, grupos criminosos ou narcotraficantes e que, apesar disso, conseguiram melhorar a qualidade de vida de sua população.