Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 19 de abril de 2023 às 16h00.
Última atualização em 19 de abril de 2023 às 16h35.
Após a ausência do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira,19, o colegiado pretende agora aprovar um pedido de convocação, que obriga o comparecimento.
Gonçalves Dias havia sido convidado para ir à Câmara para falar sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A sessão estava marcada para às 14 horas. Meia hora antes do início da sessão, o general enviou um atestado médico à presidência da Comissão.
O presidente do colegiado, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), disse que, agora, o ministro será convocado a comparecer na sessão do colegiado na próxima quarta-feira, 26, “sob o regime de convocação e nesse regime explicar sobre tudo o que os parlamentares querem ouvir do 8 de janeiro, e agora potencializada com os vídeos que foram divulgado [pela CNN]”.
Diferentemente do convite, o pedido de convocação obriga o comparecimento ao colegiado.
Na manhã desta quinta-feira, a CNN Brasil divulgou imagens que mostram o ministro e colaboradores do GSI no Palácio do Planalto durante a invasão do prédio no dia 8 de janeiro.
Com a revelação das imagens, o presidente da comissão disse que, em sua opinião, “está muito clara a contribuição do ministro com esses criminosos". "Aqueles que invadiram deveriam ser tratados como criminosos, e não foram tratados. Foram tratados eu diria, até com um total assessoramento do ministro chefe do GSI”, criticou.
Sanderson disse também que é preciso saber se as ações do ministro e dos colaboradores no dia da invasão “eram de conhecimento do presidente da República ou não". "Certamente ele deverá responder de acordo com a convocação que nós faremos hoje na Comissão de Segurança Pública”.
Ele ressaltou, ainda, que as imagens já haviam sido solicitadas pela CPI do Distrito Federal e foram negadas. “O GSI não apresentou esses vídeos, e hoje a imprensa está divulgando. Têm muitas coisas a serem explicada”, disse.
Sobre a possibilidade de renúncia de Gonçalves Dias, Sanderson avaliou que seria quase como uma confissão de culpa. “Não quero fazer juízo de valor antecipado, mas ele estaria atestando culpa se renunciasse. E vai estar muito clara a fuga dele falar para a comissão e para o parlamento em geral”.