Gleisi diz que Cardozo tinha obrigação de receber advogados
A senadora e ex-ministra-chefe da Casa Civil defendeu o ministro da Justiça, no episódio das audiências com os advogados de envolvidos na Lava Jato
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 20h01.
Brasília - A senadora e ex-ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), saiu na tarde desta quarta-feira, 18, em defesa do ministro da Justiça , José Eduardo Cardozo, no episódio das audiências com os advogados de envolvidos na Operação Lava Jato .
Na tarde em que o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), avisou em plenário que pedirá a convocação do ministro na Comissão de Constituição e Justiça da Casa e que vai sugerir o mesmo procedimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara, a senadora petista alegou que um ministro tem obrigação de receber qualquer pessoa sob pena de cometer crime de prevaricação.
"É obrigatório isso, isso é da função dele. Portanto, não houve nenhum problema ele ter recebido os dois advogados da Odebrecht, empresa que está sendo investigada na Operação Lava Jato, para tratar desse tema, porque esses advogados queriam fazer uma reclamação sobre o que achavam que eram irregularidades na operação", afirmou a petista.
Gleisi enfatizou que o ministro não negou ter recebido os advogados e alegou que, como todo o processo da Lava Jato não é público, os encontros não precisavam ser divulgados.
"Obviamente, se o principal corre em segredo, qualquer situação sobre esse processo também não se pode fazer pública. Portanto, está correto também o ministro", afirmou em discurso.
No mesmo pronunciamento, a petista disse que se havia espaços em branco em sua agenda é porque houve problemas e que ela será restituída.
"Eu fui ministra. Nós somos obrigados a registrar a agenda. Muitas vezes, a agenda não fica registrada no dia. Você muda muito a agenda, principalmente, porque a Presidenta chama, há reuniões mais emergenciais, tem que fazer mudança, o sistema cai, mas você é obrigado a arrumar, porque tanto a Comissão de Ética pede a sua agenda temporariamente, como qualquer outra autoridade vai requisitar", justificou.
A senadora classificou como "leviandade" as críticas ao ex-colega de Ministério por ele fazer algo que "tinha a obrigação de fazer". Ela disse que Cardozo irá ao Congresso "de livre e espontânea vontade" prestar os devidos esclarecimentos.
A petista aproveitou a oportunidade para criticar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que atacou publicamente os encontros de Cardozo com advogados da Lava Jato.
"Mas é no mínimo inusitado que, do meio da Sapucaí, pulando carnaval, o ministro Joaquim Barbosa, que nunca recebia advogados quando estava na Presidência do Supremo, cumprindo sua função como ministro, portanto, com uma conduta absolutamente autoritária no que diz respeito à sua função, critique o ministro da Justiça ou venha pedir a sua demissão. Acho no mínimo inusitado um comportamento como esse", alfinetou.
Brasília - A senadora e ex-ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), saiu na tarde desta quarta-feira, 18, em defesa do ministro da Justiça , José Eduardo Cardozo, no episódio das audiências com os advogados de envolvidos na Operação Lava Jato .
Na tarde em que o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), avisou em plenário que pedirá a convocação do ministro na Comissão de Constituição e Justiça da Casa e que vai sugerir o mesmo procedimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara, a senadora petista alegou que um ministro tem obrigação de receber qualquer pessoa sob pena de cometer crime de prevaricação.
"É obrigatório isso, isso é da função dele. Portanto, não houve nenhum problema ele ter recebido os dois advogados da Odebrecht, empresa que está sendo investigada na Operação Lava Jato, para tratar desse tema, porque esses advogados queriam fazer uma reclamação sobre o que achavam que eram irregularidades na operação", afirmou a petista.
Gleisi enfatizou que o ministro não negou ter recebido os advogados e alegou que, como todo o processo da Lava Jato não é público, os encontros não precisavam ser divulgados.
"Obviamente, se o principal corre em segredo, qualquer situação sobre esse processo também não se pode fazer pública. Portanto, está correto também o ministro", afirmou em discurso.
No mesmo pronunciamento, a petista disse que se havia espaços em branco em sua agenda é porque houve problemas e que ela será restituída.
"Eu fui ministra. Nós somos obrigados a registrar a agenda. Muitas vezes, a agenda não fica registrada no dia. Você muda muito a agenda, principalmente, porque a Presidenta chama, há reuniões mais emergenciais, tem que fazer mudança, o sistema cai, mas você é obrigado a arrumar, porque tanto a Comissão de Ética pede a sua agenda temporariamente, como qualquer outra autoridade vai requisitar", justificou.
A senadora classificou como "leviandade" as críticas ao ex-colega de Ministério por ele fazer algo que "tinha a obrigação de fazer". Ela disse que Cardozo irá ao Congresso "de livre e espontânea vontade" prestar os devidos esclarecimentos.
A petista aproveitou a oportunidade para criticar o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que atacou publicamente os encontros de Cardozo com advogados da Lava Jato.
"Mas é no mínimo inusitado que, do meio da Sapucaí, pulando carnaval, o ministro Joaquim Barbosa, que nunca recebia advogados quando estava na Presidência do Supremo, cumprindo sua função como ministro, portanto, com uma conduta absolutamente autoritária no que diz respeito à sua função, critique o ministro da Justiça ou venha pedir a sua demissão. Acho no mínimo inusitado um comportamento como esse", alfinetou.