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Gilmar x Benjamin; Temer de jatinho…

Gilmar x Benjamin O embate entre o relator da ação que pode cassar a chapa Dilma-Temer, Herman Benjamin, no Tribunal Superior Eleitoral e o presidente da corte, Gilmar Mendes, continuou nesta quarta-feira. Os pedidos de Benjamin pela inclusão das delações premiadas como provas no julgamento o colocaram diretamente contra Gilmar Mendes. O presidente do TSE […]

MICHEL TEMER: o presidente disse que quem providenciou o jatinho de Joesley foi quem providenciou o transporte foi o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB) / Ueslei Marcelino/Reuters
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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2017 às 18h56.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h53.

Gilmar x Benjamin

O embate entre o relator da ação que pode cassar a chapa Dilma-Temer, Herman Benjamin, no Tribunal Superior Eleitoral e o presidente da corte, Gilmar Mendes, continuou nesta quarta-feira. Os pedidos de Benjamin pela inclusão das delações premiadas como provas no julgamento o colocaram diretamente contra Gilmar Mendes. O presidente do TSE interrompeu a palavra do relator em pelo menos nove ocasiões e os dois trocaram ironias, entremeadas por afagos entre ambos, “amigos há trinta anos”, como ressaltou Benjamin. A primeira farpa de Mendes foi endereçada ao relator quando Benjamin, citando o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que “não se espera do magistrado uma atitude passiva, inerte”, diante de novas provas colhidas no curso das investigações. Gilmar Mendes, para quem a inclusão das delações representa “fato novo” na ação, classificou o argumento como “falacioso”. “Vossa Excelência teria mais um desafio: deveria deixar o processo em aberto e trazer a delação da JBS e talvez, na semana que vem, a do ministro Palocci. Para mostrar como o argumento de Vossa Excelência é falacioso”, provocou.

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“Modéstia às favas”

Entre estocadas e citações, Benjamin declarou que Mendes foi seu “guia” durante todo o processo e ouviu do presidente do TSE: “Vossa Excelência está invertendo o papel, Vossa Excelência é que é meu guia”. Ao final da sessão, Gilmar Mendes disse que “modéstia às favas”, ele é o responsável por esse processo ainda estar tramitando, já que determinou a reabertura do processo, que estava arquivado. Com isso, aproveitou para provocar Herman Benjamin ao dizer que o colega “brilhou na televisão” durante o julgamento graças a isso. Recebeu uma resposta sisuda. “Vossa excelência sabe que eu prefiro o anonimato. Muito mais. Um juiz dedicado aos seus processos que não tem nenhum glamour. Aliás, processo que se discute, senhor presidente, é bom um esclarecimento aqui, em que se discute condenação de A, B, C ou D, em qualquer natureza, não tem e não deve ter nenhum glamour pessoal”, e completou, sem deixar Mendes o interromper. “Não escolhi ser relator, preferia não ter sido relator, mas tentei cumprir aquilo que foi deliberação do tribunal”, pontuou Benjamin.

Fumei, mas não traguei

O presidente Michel Temer (PMDB) e a primeira-dama, Marcela Temer, viajaram para Comandatuba, local turístico na Bahia, utilizando um avião particular do empresário Joesley Batista, dono da JBS, e autor de delações que comprometeram o peemedebista e o levaram a ser investigado pela Polícia Federal, em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). A admissão da viagem foi feita nesta quarta-feira pelo Palácio do Planalto, que, em nota oficial, disse que Temer usou uma “aeronave particular” para a viagem com sua família, em janeiro de 2011, ainda como vice-presidente, mas que não pagou por ela nem sabia a quem pertencia. O voo está no diário de bordo do avião particular de Joesley entregue pelo empresário ao Ministério Público Federal para confirmar a relação próxima que tinha com o presidente. Temer insiste, em sua defesa no inquérito em que é investigado, que não tinha relação próxima com o executivo.

“Temer, eu te amo”

Aos gritos de “Michel Temer, eu te amo” e “Eu não quero morrer sem antes te ver”, uma mulher tentou entrar nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, onde ocorreu a cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 pelo presidente Michel Temer (PMDB). Após ser barrada pelos seguranças quando estava próxima aos detectores de metal, a mulher, cujo nome não foi divulgado, passou mal e ficou alguns minutos deitada no chão, mas consciente. Em seguida, ainda muito nervosa, ela foi atendida pelos brigadistas, colocada em uma cadeira de rodas e levada para atendimento dentro do Palácio do Planalto. No momento em que era encaminhada, ainda murmurou algumas palavras: “Vocês estão mentindo. Não vão me levar para encontrar o Temer”.

Até o fim

Durante o anúncio do Plano Safra 2017/2018 durante a manhã no Palácio do Planalto – mesmo horário em que ocorria o julgamento que pode cassar seu mandato -, o presidente Michel Temer afirmou que ficará no cargo. “É com essa alma, com essa animação, com esse vigor que essa solenidade provoca que vamos conduzir o governo até 31 de dezembro de 2018”, disse.

Loures: depoimento adiado

O depoimento do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB), que estava previsto para esta quarta-feira, foi adiado por tempo indeterminado depois que sua defesa entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele tenha acesso integral aos autos do inquérito pelo menos 48 horas antes de ser ouvido pela Polícia Federal. O pedido da defesa de Loures foi apresentado ao ministro Edson Fachin, relator do inquérito, que encaminhou a solicitação à Procuradoria-Geral da República (PGR) para urgente manifestação. Segundo a PF, como a requisição não foi negada de imediata pelo magistrado, Loures não foi ouvido. Loures estava preso na Superintendência da PF em Brasília desde sábado, mas, mesmo com o adiamento do depoimento, ele foi transferido para o complexo penitenciário da Papuda, também na capital federal.

Henrique Alves e Cunha: conta conjunta

Uma empresa no centro de Genebra, na Suíça, fez a gestão de uma “conta conjunta” de dois ex-presidentes da Câmara presos, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O Ministério Público do país europeu repassou a procuradores brasileiros detalhes das transações de Alves, há um ano. Ele era investigado em Berna, capital da Suíça, desde fevereiro de 2016 por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Alves foi preso nesta terça-feira pela Polícia Federal e Cunha está preso desde o ano passado.

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