Gilmar Mendes durante sessão que julga habeas corpus do ex-presidente Lula em 04/04/2018 REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 11 de abril de 2018 às 17h34.
Última atualização em 12 de abril de 2018 às 11h11.
São Paulo - O jurista Modesto Carvalhosa, professor aposentado da Universidade de São Paulo, entrou com um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Em post publicado no Facebook, o advogado afirma que os ministros do Supremo "não podem ser confundidos com pontas de lança de organizações criminosas comandadas por políticos profissionais". Para o jurista, Gilmar tem exercido esse papel e, portanto, não poderia mais ser ministro do STF.
Carvalhosa cita, por exemplo, uma ligação telefônica, interceptada pela Polícia Federal, em que Gilmar Mendes aparece conversando com o então governador do Mato Grosso, Silva Barbosa (PMDB), no dia em que ele foi preso.
Detalhe: na época, Barbosa (que hoje tem um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República) era investigado no STF. Na conversa, Gilmar sugere que irá conversar com o relator do caso, o ministro Dias Toffoli.
O jurista ainda lembra que um primo e a ex-mulher do ministro forma nomeados, respectivamente, para cargos de confiança naAgência Nacional de Transportes Aquaviários e na Hidrelétrica de Itaipu.
"São deveres dos ministros do Supremo Tribunal Federal 'cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais' e 'manter conduta irrepreensível na vida pública e particular'. E não é o que estamos vendo, em muitos casos, diz Carvalhosa na postagem.
Só no ano passado, foram protocolados sete pedidos de impeachment contra o ministro do STF no Senado Federal, segundo levantamento do Congresso em Foco. Quase dois milhões de pessoas já assinaram um abaixo-assinado online que pede o fim do mandato de Gilmar.