Brasil

Fundo partidário e amigos pagam campanhas na Câmara

Principais candidatos à presidência da Câmara estão viajando o país em jatinhos emprestados ou usando dinheiro público, do Fundo Partidário

Câmara: lei do fundo diz que recursos podem ser usados para viagem em campanhas com voto popular, mas não proíbe outros usos (Wilson Dias/Agência Brasil)

Câmara: lei do fundo diz que recursos podem ser usados para viagem em campanhas com voto popular, mas não proíbe outros usos (Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 10h34.

Brasília - Os principais candidatos a presidente da Câmara estão viajando aos Estados para pedir votos em jatinhos particulares emprestados por amigos ou pagos com recursos do Fundo Partidário, que é abastecido com dinheiro público.

Eles não revelam, porém, os custos dessas viagens, que devem se intensificar nas próximas duas semanas, que antecedem a eleição na Casa, marcada para 2 de fevereiro.

Sem poder usar o avião da FAB a que tem direito como presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição, já viajou para nove Estados e pretende visitar outros quatro até o fim desta semana em jatinho alugado por seu partido.

Segundo o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), os recursos para pagar a aeronave são oriundos do Fundo Partidário. "Fiz a devida consulta ao departamento jurídico e disseram que não havia problema", disse Agripino à reportagem.

A Lei dos Partidos Políticos (9.096, de 1995) prevê que os recursos do fundo devem ser usados para bancar campanhas para eleições em que há voto popular.

Não especifica, porém, nenhuma proibição nem permissão ao uso para campanhas do Legislativo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que não tem jurisprudência sobre o tema.

O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), está viajando em campanha a bordo de um jatinho emprestado por uma empresa da família do ex-deputado Pedrinho Abrão (GO), ex-líder do PTB na Câmara, o que é permitido pela lei.

Na década de 1990, quando era sub-relator do Orçamento da União na Câmara, Pedrinho foi acusado de exigir suborno de empreiteiras para liberar recursos da União.

A acusação chegou a ser investigada pela Câmara. Em 1998, apesar de a comissão de sindicância da Casa ter recomendado a cassação de Pedrinho, o plenário da Câmara o absolveu por 247 votos a 164.

O jatinho foi emprestado a Jovair pela Globo Aviação, empresa administrada atualmente por Alessandra Abrão, filha de Pedrinho. Ele e a filha foram procurados por meio da empresa, mas não foram encontrados.

O líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF), afirmou que está custeando a campanha toda com recursos próprios. Único candidato da oposição até agora, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) disse que também custeará sua campanha. Ele afirmou que não deve fazer viagens.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPartidos políticos

Mais de Brasil

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso

Chuvas fortes no Nordeste, ventos no Sul e calor em SP: veja a previsão do tempo para a semana

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR