Candidato Aécio Neves (PSDB) participa de carreata em Betim, Minas Gerais (Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 18h52.
Brasília - Cartazes com a foto do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, foram queimadas nos fundos dos comitês de campanha da deputada Eliana Pedrosa e de Leo Borges, ambos do PPS, no Distrito Federal.
A reportagem teve acesso a um vídeo que registrou a ação de quatro homens que tiram o material tucano de dentro de uma Kombi e montam a fogueira.
PSDB e PPS estiveram juntos nas eleições presidenciais de 2006 e de 2010, quando os candidatos tucanos foram, respectivamente, Geraldo Alckmin e José Serra. Neste ano, os partidos romperam a aliança e o PPS apoia Marina Silva (PSB).
Na capital federal, no entanto, as duas legendas continuam juntas, a contragosto de Eliana Pedrosa. Ela desejava ser candidata a vice-governadora na chapa de José Roberto Arruda (PR), mas foi desautorizada pela direção nacional do partido.
O presidente do PPS, Roberto Freire, impôs ao diretório de Brasília o apoio ao candidato Luiz Pitiman (PSDB). O vídeo mostra a queima de cartazes estampados com a foto de Aécio ao lado de Pitiman.
A reportagem esteve no local onde o vídeo foi gravado. Os comitês de Eliana Pedrosa e Leo Borges ficam em terrenos contíguos, separados por um muro baixo em um bairro de Brasília ocupado majoritariamente por empresas e prédios em construção.
A fogueira foi feita na parte do terreno pertencente ao comitê de Borges, que tenta uma vaga de deputado distrital.
O Distrito Federal possui uma Câmara Distrital, com deputados distritais, e não uma Assembleia legislativa com deputados estaduais como as demais unidades da federação.
O vídeo foi registrado por uma pessoa que acompanhava a cena a partir do terreno em que está o comitê de Eliana Pedrosa, que é distrital e tenta ser deputada federal.
Eliana Pedrosa nega ter ordenado a queima do material. Diz também que Leo Borges não tem a ver com o fato. A reportagem não conseguiu contato com Borges.
"Uma coisa é você não ter o Pitiman como candidato eleito pelo coração. Outra coisa é fazer campanha contra ele", disse a deputada, sem dizer quem seria o responsável pela fogueira.
"O partido me deu autorização por escrito para ser vice na chapa do PR. E me tirou verbalmente a autorização. Se tivesse que ficar chateada seria com meu partido, não com o Pitiman. E o Aécio... Eu sou mineira, eu acredito no Aécio", afirmou.
O presidente do PPS no Distrito Federal, Chico Andrade, disse que o partido já discute, desde a última sexta-feira, dia 19, quando soube da fogueira, reduzir o tempo de propaganda de Eliana Pedrosa na TV.
"Ficamos indignados, é um o desrespeito com a coligação. Vamos esperar que tenha algum tipo de explicação", disse ele. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, afirmou não saber da fogueira, mas que, se ela tiver existido, seria uma "agressão gratuita".