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Forças Armadas serão enviadas ao Rio "de surpresa", diz ministro

Raul Jungmann, do ministério da Defesa, afirmou que as ações realizadas anteriormente só "baixavam a febre", mas não resolviam os problemas

Raul Jungmann: "Nem o governador vai saber antes. Vai saber na hora" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Raul Jungmann: "Nem o governador vai saber antes. Vai saber na hora" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de julho de 2017 às 21h52.

São Paulo - Diante da crise de segurança pela qual passa o Rio de Janeiro, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que as Forças Armadas serão enviadas ao Estado a qualquer momento e "de surpresa".

Ele afirmou que as ações realizadas anteriormente - com a antecipação da notícia do envio das tropas publicamente - só "baixavam a febre", mas não resolviam os problemas.

A estratégia do governo para as operações de Garantia da Lei da Ordem (GLO) vão mudar. Antes, o envio das tropas era autorizado por decreto presidencial após pedido do governo do Estado e comunicado publicamente.

A partir de agora, segundo o ministro, militares serão enviados sem comunicação prévia e para ações pontuais.

O decreto continua sendo necessário, pois é exigido por lei, e será feito em publicação extraordinária do Diário Oficial da União.

"Estamos mudando a cultura. As operações serão feitas sobre três pilares: inteligência, integração (com Força Nacional e polícias) e surpresa, surpresa, surpresa", afirmou.

Ele disse que a estratégia é semelhante à adotada pela Polícia Federal (PF) em operações especiais.

"Nem o governador vai saber antes. Vai saber na hora. Vamos chamar uma coletiva de imprensa e comunicar no momento ou após a operação", detalhou.

O prazo para vigência do decreto também pode ser diferente. "Eu, particularmente, prefiro que esteja valendo até o fim do governo e que nesse período realizamos ações pontuais", disse.

Jungmann também relatou que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pede, constantemente, o envio das Forças Armadas ao Estado. "Ele já pediu, sempre pede."

Para o ministro da Defesa, as ações realizadas anteriormente não cumpriram o objetivo plenamente. "Só estava baixando a febre.

Os militares ficavam nas ruas, dava uma sensação de segurança e depois o problema voltava." Com o novo modelo, será possível se precaver de vazamentos e frustrações nas operações, ressaltou.

Em reunião na quinta-feira, 20, entre o presidente Michel Temer, Pezão e ministros, foi comunicada a criação de um Estado-Maior de Comando no Rio, que há dois dias foi formulado para integrar as operações do Exército, Marinha e Aeronáutica.

"Isso já mostra que vamos enviar (as tropas)", declarou Jungmann.

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