Exame Logo

Forças Armadas são obedientes à Constituição, diz ministro da Defesa

Em nota, ministro afirmou que as Forças Armadas trabalham para "manter a paz" e que o momento exige "entendimento e esforço de todos os brasileiros"

Forças Armadas: Bolsonaro participou de uma manifestação pró golpe militar neste domingo (19) (Ueslei Marcelino/Reuters)
AO

Agência O Globo

Publicado em 20 de abril de 2020 às 20h20.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 20h23.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro participar de um ato em Brasília que defendia medidas ilegais, como a intervenção militar , o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou que as Forças Armadas trabalham para “manter a paz e a estabilidade do País, sempre obedientes à Constituição Federal”.

Em nota enviada à imprensa, Fernando Azevedo e Silva diz que o momento exige “entendimento e esforço de todos os brasileiros” e ressalta que nenhum país está preparado para uma pandemia. Desde que o novo coronavírus chegou ao Brasil,
já morreram 2.575 pessoas.

O ministro da Defesa diz ainda que “essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o coronavírus e suas consequências sociais. É isso o que estamos fazendo”, finaliza.

Veja também

Neste domingo, Bolsonaro discursou em frente ao Quartel-General do Exército e na data em que é celebrado o Dia do Exército. De cima de uma caminhonete, foi ouvido por dezenas de simpatizantes que se aglomeraram, contrariando as orientações de isolamento da Organização Mundial da Saúde para conter a propagação do vírus.

Entre os apoiadores do presidente, alguns carregavam faixas pedindo "intervenção militar com Bolsonaro no poder". As faixas tinham o mesmo padrão e pareciam ter sido feitas em série. O ato incomodou o núcleo militar do governo, por ter ocorrido à frente do QG do Exército.

Generais da reserva atuaram durante todo o domingo para contornar o clima de tensão entre os Poderes, após o presidente Jair Bolsonaroparticipar de uma manifestação em frente ao Quartel General do Exército contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com relatos, a atuação de ao menos três nomes teria sido fundamental para apaziguar os ânimos: os generais Villas Boas, ex-comandante do Exército; Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Michel Temer; e Alberto Mendes Cardoso, ministro da Casa Militar do governo Fernando Henrique.

Os generais fizeram chegar aos militares do governo que não ficaram confortáveis com o fato de o protesto ter acontecido em frente ao QG do Exército, lembrando que as Forças Armadas são instituições que servem ao Estado, não a governos.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMilitaresMinistério da DefesaProtestos no Brasil

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame