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Força Nacional ficará em comunidade do Rio o "tempo necessário"

De acordo com a secretária nacional de Segurança Pública, a tropa vai apoiar o governo estadual no combate ao crack no local

150 membros da Força começaram a ocupar no fim desta manhã o Morro Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro (Mathieu Struck/Flickr)

150 membros da Força começaram a ocupar no fim desta manhã o Morro Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro (Mathieu Struck/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2012 às 19h31.

Rio de Janeiro - Os 150 homens da Força Nacional de Segurança Pública, que começaram a ocupar no fim da manhã de hoje (18) o Morro Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, vão permanecer na comunidade “pelo tempo que for necessário”, segundo a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki.

De acordo com ela, a tropa vai apoiar o governo estadual no combate ao crack no local. A ocupação faz parte do programa Crack, É Possível Vencer, do governo federal.

“Nosso trabalho aqui é apoiar o governo do estado, e a força vai responder ao comando da Polícia Militar local. Os homens permanecerão até que o governo do estado forme policiais para substituí-la. No início, tivemos uma previsão de seis meses de permanência, mas [o prazo] poderá ser estendido quantas vezes o governo achar necessário, e em um programa como esse fatalmente será”, ressaltou.

Regina Miki destacou que se trata de uma missão pacífica para “garantia da segurança do cidadão” e a expectativa é que, ao fim da ocupação, a localidade receba uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O Morro Santo Amaro é uma das poucas comunidades da zona sul da cidade que ainda não foram pacificadas.

A secretária explicou que a comunidade, onde vivem cerca de 1,5 mil famílias, é a primeira do Rio a receber o programa por ser um ponto de distribuição da droga para outros bairros da zona sul. Ela acrescentou que a força também pode ocupar, no futuro, outras comunidades que sofrem com a presença do crack, como Jacarezinho e Manguinhos, na zona norte. Ao todo, segundo um mapeamento da Secretaria Municipal de Assistência Social, foram identificadas 11 cracolândias no município.

“A escolha dessa comunidade é porque aqui temos um ponto de distribuição para a zona sul e, como é um local pequeno, teremos mais condições de corrigir possíveis erros para que quando entrarmos em outros locais tenhamos mais tranquilidade de fazê-lo”, destacou.


Regina Miki lembrou que mais três estados também assinaram o termo de adesão ao programa Crack, É Possível Vencer - Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Mas ela ressaltou que apenas no Rio de Janeiro foi necessário o emprego da Força Nacional. Ela explicou que nos demais estados as ações estão concentradas nos outros dois eixos da iniciativa, que não o uso da autoridade: o cuidado ao usuário e a prevenção.

O secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, informou que, como parte da estratégia, 200 profissionais, entre assistentes sociais e psicólogos, vão prestar atendimento a usuários de crack na comunidade, por meio de ações que incluem a busca ativa da população em situação de risco. Um posto permanente foi instalado na parte de baixa do morro. Dois, que servirão também de base para a Força Nacional, ficam no topo da comunidade.

“Graças à ocupação pela Força Nacional, vai ser possível que essa ação tenha caráter permanente, o que vai aumentar a eficácia do trabalho. Vamos ter equipes trabalhando 24 horas por dia, abordando e tratando o usuário”, disse.

Bethlem lembrou que o convênio com o governo federal prevê o repasse de R$ 40 milhões para aumentar a rede de tratamento, com a criação de mais unidades de saúde e de abrigamento e o emprego de equipes volantes.

O presidente da Associação de Moradores do Santo Amaro, Cassiano da Silva, de 44 anos, disse que os moradores estavam um pouco apreensivos no início da manhã por não saberem exatamente como seria a ocupação policial. Ele acrescentou que a expectativa agora é por novas ações de melhoria das condições de vida no local.

“A comunidade amanheceu um pouco fechada porque não sabia como seria a ocupação. O crack é mesmo um problema, nem preciso dizer, mas só isso não resolve a nossa situação. Tomara que agora o Poder Público se lembre de que a gente precisa de creche, de uma atuação mais expressiva de retirada de lixo e da instalação de iluminação pública e de quadras esportivas”, disse.

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