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Fiocruz identifica forte crescimento de doenças respiratórias no Brasil

O número de novos casos de SRAG estimados para a Semana Epidemiológica 2 (SE 2), correspondente ao período de 9 a 15 de janeiro, é de cerca de 19,3 mil casos

Profissionais de saúde transferem um paciente covid-19. (Andre Coelho/Bloomberg/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 18h56.

Última atualização em 21 de janeiro de 2022 às 19h07.

O Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira, 21, pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz ), apontou sinal de forte de crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas).

O número de novos casos de SRAG estimados para a Semana Epidemiológica 2 (SE 2), correspondente ao período de 9 a 15 de janeiro, é de cerca de 19,3 mil casos (média entre 17,5 mil e 21 4 mil), enquanto a estimativa para a SE 1 é de 15,8 mil (média entre 15 mil e 16,5 mil). A média móvel na SE 2 foi de 16 mil casos semanais, representando um aumento de 23% em relação à SE 1, quando essa média foi de 13 mil casos.

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Em 22 unidades da Federação (estados e Distrito Federal), houve pelo menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG classificado como muito alto ou extremamente alto, englobando 73 das 118 macrorregiões de saúde do país. Todos os estados que apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo estão com o indicador em nível forte (probabilidade maior que 95%), exceto Rondônia, que apresenta sinal moderado (probabilidade maior que 75%). Para as conclusões sobre a SE 2, encerrada em 15 de janeiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 17 de janeiro.

Em relação às capitais, observa-se que 24 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 2. Apenas Boa Vista, Rio de Janeiro e Salvador não apresentam sinal de crescimento. No entanto, a capital fluminense apresenta sinal de crescimento na tendência de curto prazo (últimas três semanas).

Em relação a Salvador, houve uma diferença significativa entre o quadro apresentado e as macrorregiões de saúde do entorno, o que fez os pesquisadores da Fiocruz sugerirem cautela em relação aos dados atuais e revisão dos registros, para confirmação do cenário.

"Praticamente todos os estados apresentaram sinal de crescimento anterior às SE 52 de 2021 (26/12/2021 a 1º/1/2022) e SE 2 de 2022 (2/1/2022 a 8/1/2022), deixando claro que tal cenário é ainda anterior às celebrações de final de ano. No Rio de Janeiro, onde houve a maior distância entre o início da epidemia de Influenza e a retomada do crescimento da covid-19, que levou a uma oscilação no número de novos casos no mês de dezembro, observa-se que o crescimento da covid-19 já se sobrepõe à queda nos casos associados à gripe, fazendo com que os novos casos de SRAG mantenham sinal de crescimento", afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenado do InfoGripe.

Dentre os casos positivos de 2022, 22,6% são Influenza A, 0,2% Influenza B, 3,6% vírus sincicial respiratório (VSR) e 64,4% Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 40,1% Influenza A, 0,5% Influenza B, 5,6% vírus sincicial respiratório, e 47,3% Sars-CoV-2 (covid-19).

Casos de SRAG. Em 2022 já foram notificados 11.477 casos de SRAG sendo 3.259 (28,4%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.117 (27,2%) negativos e pelo menos 4.034 (35,1%) ainda aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, 26,1% são Influenza A, nenhum de Influenza B, 0,3% vírus sincicial respiratório (VSR), e 71,6% Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 41,4% Influenza A, 2,3% Influenza B, 0,8% vírus sincicial respiratório (VSR), e 51,5% Sars-CoV-2 (covid-19).

O final de 2021 foi marcado por uma epidemia de Influenza A em praticamente todo o país, seguida de retomada do crescimento nos casos de SRAG associados à covid-19 a partir da segunda quinzena do mês de dezembro.

Macrorregiões

Em 25 dos 27 estados há pelo menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento nas tendências de longo ou curto prazo: Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins, no Norte; Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, no Nordeste; Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, no Sudeste; Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste; Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Sul. Rondônia e Roraima são os únicos estados em que as tendências de longo e curto prazo têm sinal de queda ou estabilização.

Em relação às estimativas de nível de casos de SRAG para as macrorregiões de saúde, há duas em nível epidêmico; 43 em nível alto; 53 em nível muito alto e 20 em nível extremamente alto.

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