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Filho de Bolsonaro inclui "negão" em nome no Twitter após denúncia da PGR

Deputado estadual pelo Rio de Janeiro do PSC se tornou "Flávio NEGÃO Bolsonaro" e postou fotos do pai ao lado de militantes negros

Flávio com seu pai: deputado chegou a xingar "militantes esquerdistas" na rede social (Facebook/Reprodução)

Flávio com seu pai: deputado chegou a xingar "militantes esquerdistas" na rede social (Facebook/Reprodução)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 15 de abril de 2018 às 16h01.

Última atualização em 17 de abril de 2018 às 10h09.

São Paulo - Após seu pai ter recebido uma denúncia formal por racismo, Flávio Bolsonaro, deputado estadual pelo Rio de Janeiro,  mudou seu nome no Twitter para "Flávio NEGÃO Bolsonaro" e criticou a denúncia ao seu pai.

O deputado chegou a perder a compostura. "Racista é o c... da sua mãe, militante esquerdista nojento! Jair Bolsonaro foi forjado no quartel, lugar de gente decente, humilde, trabalhadora e cheio de negão!", disse, após postar fotos de seu pai ao lado de militantes negros.

"É muito difícil ter opinião politicamente incorreta e ser uma ameaça ao sistema corrupto. A reação é forte e vem até de militantes do Ministério Público. Fácil mesmo é ser ladrão nesse país, né não?!", completou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou na sexta-feira (13) o deputado e pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro por “racismo” contra as comunidades descendentes de escravos, índios, refugiados, mulheres e LGBTs.

Se o STF aceitar a denúncia e condená-lo por racismo, Bolsonaro pode ficar de fora das eleições. O deputado está tecnicamente empatado com Marina Silva na disputa pela presidêcia segundo o Datafolha. A pesquisa considera um cenário eleitoral no qual o ex-presidente Lula não consiga concorrer.

Em uma palestra para 300 pessoas durante uma conferência no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, no ano passado, Bolsonaro “usou expressões de cunho discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos sociais”, aponta a denúncia.

A assessoria de Bolsonaro respondeu que o deputado “não terá qualquer dificuldade para demonstrar, na esfera judicial, que não é racista”.

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