Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Talita Abrantes
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 10h54.
São Paulo – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) teria usado a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação para repassar dinheiro para a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento extraconjugal durante seis anos, e para o filho dela, Tomás Dutra Schmidt.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Mirian disse que fechou um contrato de trabalho com a Eurotrade Ltd., empresa da Brasif, que lhe garantia o pagamento mensal de 3 mil dólares.
Pelo contrato, assinado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006, Mirian deveria prestar "serviços de acompanhamento e análise do mercado de vendas a varejo a viajantes", fazendo pesquisas "tanto em lojas convencionais como em duty free shops e tax free shops" em países da Europa.
No entanto, ela afirma que “jamais pisou” em um duty free para trabalhar. Segundo a jornalista, FHC teria depositado 100 mil dólares na conta da Brasif, que na época controlava os free shops dos aeroportos brasileiros, para que a empresa repassasse mensalmente os recursos para Mirian.
Em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo, FHC nega que tenha usado a Brasif para enviar dinheiro para a jornalista ou para o filho. O ex-presidente e Mirian mantiveram um relacionamento amoroso entre 1980 e 1990. Nesse período, a jornalista ficou grávida e se mudou para o exterior logo após o nascimento do filho.
Oficialmente, Fernando Henrique não assumiu a paternidade de Tomás, mas sempre o tratou como filho. Em duas ocasiões, o ex-presidente fez exames de DNA com Tomás, mas ambos resultados foram negativos.
* Atualizada às 11h54 do dia 19 de fevereiro para incluir resultados de testes de DNA.