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FHC confessa que decretou sigilo sem saber

Ex-presidente afirma que assinou segredo "eterno" de papéis sem saber do que se tratava no seu último dia no poder

O ex-presidente FHC: documentos contêm história dos últimos 200 anos do país (Branca Nunes/Veja)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 17h59.

Brasília - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confessou nesta quinta-feira que em 31 de dezembro de 2002, último dia de seu mandato, assinou, sem saber do que se tratava, um decreto que garante o segredo "eterno" de certos documentos oficiais.

"Foi sem saber. Era o último dia e tinha uma pilha de papéis para assinar", justificou Cardoso ao chegar ao Congresso, onde recebeu uma homenagem por seus 80 anos de idade, que celebrou na semana passada.

O decreto assinado então por FHC está em plena discussão no Senado, que debate se deve ser mantido ou revocado total ou parcialmente, a fim de que a sociedade tenha acesso a documentos que até agora permanecem sob o mais estrito sigilo.

Esses documentos, segundo fontes oficiais, abrangem desde relações exteriores do país durante os últimos 200 anos, até referências à última ditadura militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

O presidente do Senado e ex-chefe de Estado, José Sarney, disse no meio desse debate que se divulgassem documentos do Ministério das Relações Exteriores "sobre a construção das fronteiras do Brasil", se abririam "feridas" com países vizinhos.

Essa declaração foi interpretada em meios políticos e diplomatas como uma alusão direta, entre outros casos, à definição de limites com a Bolívia e à guerra da Tríplice Aliança, que uniu a Argentina, Brasil e Uruguai contra o Paraguai entre 1864 e 1870.

FHC considerou nesta quinta-feira que "essa garantia de segredo eterno já não é necessária" e lembrou do alvoroço causado pelo site do WikiLeaks, para afirmar que "qualquer dia" todos os documentos que se pretende ocultar poderão ser publicados.

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"Foi sem saber. Era o último dia e tinha uma pilha de papéis para assinar", justificou Cardoso ao chegar ao Congresso, onde recebeu uma homenagem por seus 80 anos de idade, que celebrou na semana passada.

O decreto assinado então por FHC está em plena discussão no Senado, que debate se deve ser mantido ou revocado total ou parcialmente, a fim de que a sociedade tenha acesso a documentos que até agora permanecem sob o mais estrito sigilo.

Esses documentos, segundo fontes oficiais, abrangem desde relações exteriores do país durante os últimos 200 anos, até referências à última ditadura militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985.

O presidente do Senado e ex-chefe de Estado, José Sarney, disse no meio desse debate que se divulgassem documentos do Ministério das Relações Exteriores "sobre a construção das fronteiras do Brasil", se abririam "feridas" com países vizinhos.

Essa declaração foi interpretada em meios políticos e diplomatas como uma alusão direta, entre outros casos, à definição de limites com a Bolívia e à guerra da Tríplice Aliança, que uniu a Argentina, Brasil e Uruguai contra o Paraguai entre 1864 e 1870.

FHC considerou nesta quinta-feira que "essa garantia de segredo eterno já não é necessária" e lembrou do alvoroço causado pelo site do WikiLeaks, para afirmar que "qualquer dia" todos os documentos que se pretende ocultar poderão ser publicados.

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