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FGV destaca otimismo da indústria de bens duráveis

Entre 829 empresas consultadas entre os meses de outubro e novembro, 55% informaram intenção de elevar investimentos em 2011, contra 2010.

Um dos segmentos que está puxando as boas perspectivas é o de material de transportes, no qual está inserida a cadeia automotiva

Um dos segmentos que está puxando as boas perspectivas é o de material de transportes, no qual está inserida a cadeia automotiva

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2010 às 13h18.

São Paulo - As projeções otimistas da indústria de bens duráveis puxaram as estimativas positivas da indústria da transformação como um todo para o ano que vem, na análise do coordenador de Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo.

Hoje, a fundação anunciou os resultados da Sondagem de Investimentos da Indústria da Transformação, que ouviu 829 empresas entre os meses de outubro e novembro, sendo que 55% informaram intenção de elevar investimentos em 2011, contra 2010.

Para Campelo, a indústria de bens duráveis está otimista com o atual aquecimento no mercado interno brasileiro, bem como confiante na trajetória de continuidade do crescimento da economia do País. "Tivemos bom desempenho das estimativas de faturamento, investimento e pessoal ocupado em bens duráveis. Creio que podemos dizer que a indústria de bens duráveis está bem otimista", afirmou o especialista.

Um dos segmentos que está puxando as boas perspectivas é o de material de transportes, no qual está inserida a cadeia automotiva. Na indústria de material de transporte, 74% das companhias pesquisadas estimam alta de faturamento em 2011 contra 2010; 67% esperam elevar o número de pessoas contratadas no ano que vem; e 71% projetam elevar investimentos em 2011, em comparação com o ano anterior. "Notamos que este desempenho é puxado mais pela cadeia automotiva, cuja demanda está ainda bastante aquecida", acrescentou Campelo.

As altas nas estimativas de investimentos e pessoal ocupado na indústria de bens duráveis podem estar relacionadas a uma intenção de aumentar produtividade e barrar a concorrência dos importados, na avaliação do especialista. Ele comentou que as melhoras em investimento podem ser alocadas para expansão de capacidade produtiva, o que eleva a competitividade, de uma maneira geral.

Mesmo com resultados positivos na média das estimativas da indústria da transformação como um todo, Campelo fez uma ressalva. A indústria de bens de capital, isoladamente, não apresenta um cenário tão otimista quanto o da indústria de bens duráveis. Nas estimativas para o mercado de trabalho de 2011, 52% das empresas de bens de capital pesquisadas no levantamento informaram que vão contratar mais pessoal no ano que vem - sendo que o porcentual, para esta mesma resposta, era mais otimista, de 53% no ano passado. Campelo lembrou que este segmento foi muito afetado pela crise global, cujo período mais agudo começou em setembro de 2008. "A indústria de bens de capital demora um pouco mais a se recuperar mesmo. Mas ela pode estar sendo afetada pela concorrência externa, devido à entrada maior de importados no mercado", avaliou Campelo.

 

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