Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
Petroleiras podem perder US$ 40 bi com coronavírus; Fed: coronavírus pode levar a recessão; Maple Bear na Nasdaq?
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 06h59.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2020 às 07h26.
Ex-presidente do Fed: “coronavírus pode levar EUA à recessão”
A ex-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, disse que, dependendo da extensão da epidemia do coronavírus, o impacto econômico pode ser significativo na Europa e levar os Estados Unidos a uma recessão. “Pudemos ver um impacto significativo na Europa, que tinha sido fraco no início, e é concebível que isso possa levar os Estados Unidos a uma recessão”, afirmou Janet Yellen. “Se não ocorrer de maneira substancial nos Estados Unidos, é menos provável. Tínhamos uma perspectiva bastante sólida antes que isso acontecesse – e há algum risco, mas basicamente acho que a perspectiva dos EUA parece muito boa”, concluiu.
Thyssenkrupp: elevadores vendidos (não para o 3G)
O grupo alemão do setor siderúrgico Thyssenkrupp fechou acordo para vender sua divisão de elevadores para os grupos de private equity Advent (que no Brasil já chegou a ser dono do Walmart) e Cinven. O negócio custará 17,2 bilhões de euros, um dos maiores da história da Europa. No ano passado, chegou a ser veiculado que o grupo de investimentos 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sucupira e Marcel Telles, estava interessado em comprar o negócio, mas desistiu. O 3G é controlador de empresas como o conglomerado de alimentos Kraft Heinz e a cervejaria AB InBev. A divisão de elevadores é um dos ativos mais valiosos da Thyssenkrupp e foi vendida para levantar caixa. Em meio ao mau momento da indústria alemã e problemas de gestão no grupo, o Thyssenkrupp precisa de dinheiro para se reestruturar.
_ Maple Bear na Nasdaq?
O Sistema de Ensino Brasileiro (SEB) planeja abrir na Nasdaq, uma das bolsas de Nova York, o capital da rede canadense de escolas bilíngues Maple Bear. O SEB, do empresário Chaim Zaher e que já era responsável pela operação no Brasil, comprou o controle da Maple Bear em fevereiro. Segundo a EXAME apurou, a meta do empresário é aumentar de 450 para 2.000 o número de escolas nos 20 países em que a instituição já atua, como Brasil, China, Índia, Malásia, Estados Unidos e Vietnã. Seria o suficiente, segundo Zaher, para chegar a um valor de mercado na casa do bilhão de dólares, semelhante ao de outros grupos de ensino brasileiros que venderam ações em Wall Street, como Afya e Arco. No Brasil, o SEB levou em três anos o número de escolas Mapple Bear de 78 para 145, e o de alunos de 13.000 para 30.000. O plano é repetir o crescimento no resto do mundo.
Petroleiras podem perder US$ 40 bi com coronavírus
As empresas de commodities têm sido fortemente impactadas pelo coronavírus. No caso das petroleiras, a cotação do Brent recuou quase 10 dólares o barril na última semana, para 50 dólares, e os reflexos da crise global vão incidir nos balanços das empresas no primeiro trimestre. Segundo estimativa da consultoria Wood Mackenzie, o impacto no fluxo de caixa das petroleiras deve ser de 40 bilhões de dólares no período. O maior receio do setor de petróleo e gás em relação à epidemia é o seu impacto na demanda e nos preços, já que apenas uma pequena proporção da oferta global vem de regiões mais afetadas.
Dona do papel Personal é vendida por R$ 2,3 bi
As empresas japonesas Daio Paper e Marubeni compraram a fabricante brasileira de papel Santher, dona da marca de papel higiênico Personal, por 2,3 bilhões de reais. A transação ainda precisa passar pelo Cade. Em 2019, a Santher teve faturamento de 1,5 bilhão de reais, com lucro de 30 milhões de reais. Com a transação, Daio fica com 51% do negócio, e Marubeni fica com 49%. A Daio é líder em produção de papeis tipo tissue na Ásia, e de produtos para cuidados pessoais. Já a Marubeni atua em diversos segmentos, como bens de consumo, alimentos, energia e finanças. Com a aquisição, passa a atuar também no mercado de cuidados pessoais.
Ambev lucra, mas decepciona
A Ambev, maior cervejaria do Brasil e com operações no restante da América do Sul e no Canadá, divulgou lucro líquido ajustado no quarto trimestre do ano passado de 4,6 bilhões de reais, 24,4% maior do que no mesmo período de 2018, devido a uma menor despesa de imposto de renda. No acumulado do ano, o lucro foi de 12,2 bilhões de reais, alta de 7,4%. Mesmo assim, a ação fechou o dia em queda de 8,34%, uma das maiores do Ibovespa. O desafio está na venda de cervejas no Brasil, cujo volume aumentou apenas 1,4% no trimestre – o mercado esperava de até 3%. O Ebitda (lucro antes de juros, taxas e depreciação) do segmento de cervejas também caiu 13% no Brasil. Na madrugada desta quinta-feira, a AB InBev, controladora da Ambev e com sede na Bélgica, apresentou queda de 75% do lucro no quarto trimestre e queda nas vendas nos Estados Unidos e na Ásia-Pacífico. A AB InBev afirmou ainda que teve impacto de 170 milhões de dólares no lucro nos dois primeiros meses de 2020 por causa do coronavírus.
Maia nega tensão entre poderes
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira que não vê aumento de tensão entre o Legislativo e o Executivo por causa da disputa provocada pelo Orçamento impositivo. A declaração de Maia ocorre dois dias depois de o site BR Político, do jornal O Estado de S. Paulo, publicar que o presidente Jair Bolsonaro compartilhou vídeos convocando a população para protestos contra o Congresso em 15 de março. Demonstrando irritação com os questionamentos, Maia declarou que a relação entre o Congresso e o Executivo segue na normalidade. “Está tudo tranquilo”, afirmou.
Superávit de R$ 44 bi
O caixa do Governo Central registrou um superávit primário de 44 bilhões de reais em janeiro, o melhor desempenho para o mês na série histórica, iniciada em 1997, conforme o Tesouro Nacional divulgou nesta quinta-feira. O resultado, que reúne as contas do Tesouro, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de 14,637 bilhões de reais de dezembro. Em janeiro de 2019, o resultado havia sido positivo em 30,030 bilhões de reais. O resultado de janeiro ficou acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um superávit de 38 bilhões de reais. O valor de janeiro representa alta real de 3,9% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram queda real de 3,3%. Contudo, analistas políticos apontam que boa parte da queda nas despesas bem diante de problemas do Executivo e do Congresso em negociar verbas já previstas no orçamento.