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Favelas do RJ recebem na próxima semana médicos de Cuba

Segundo Secretaria de Saúde, 31 médicos serão distribuídos por 18 unidades da zona norte, e outros 34 seguirão para 22 postos da zona oeste


	Médicos cubanos do Programa Mais Médicos:  65 profissionais apresentaram-se nesta segunda-feira para trabalhar no Rio de Janeiro
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Médicos cubanos do Programa Mais Médicos:  65 profissionais apresentaram-se nesta segunda-feira para trabalhar no Rio de Janeiro (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2013 às 18h06.

Rio - Favelas das zona norte e oeste do Rio começam a receber na próxima semana médicos de Cuba enviados pelo Programa Mais Médicos. Eles trabalharão em áreas conflagradas, algumas delas onde não há Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Nesta segunda-feira, 4, os 65 profissionais apresentaram-se às coordenações das áreas, onde assistiram a palestras e participaram de reuniões. Eles ainda esperam registro do Ministério da Saúde para começar a trabalhar.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 31 médicos serão distribuídos por 18 unidades de atenção primária na zona norte, região em que estão algumas das favelas mais violentas da capital fluminense, como o Jacarezinho e os Complexos do Alemão e da Maré (este último ainda não tem UPP). Outros 34 médicos seguirão para 22 postos da zona oeste da capital, nos bairros de Realengo, Cosmos e Costa Barros. A previsão é de que eles comecem a atender a população no dia 12.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, diz que os cubanos se depararão com as mesmas dificuldades encontradas pelos brasileiros - a insegurança. "Se fosse fácil, o governo já teria lotado médico nessas unidades. O Estado está ausente das áreas de risco e a insegurança predomina. Volta e meia, o posto da Maré é fechado por tiroteio. Não é uma situação de tranquilidade, mas de preocupação", afirmou. "Esses médicos não estão devidamente informados da realidade que vão enfrentar e vão conhecer no dia a dia. Vamos começar a assistir a pedidos de saída do programa."

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o critério de lotação não é por área de risco, mas pela "vulnerabilidade social (são todos locais carentes) e dificuldade de lotação de profissionais, por motivos diversos." "Algumas unidades que receberão esses profissionais são dentro de favelas, outras não, mas todas atendem a comunidades carentes."

Justiça

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) anunciou que entrará com ação judicial contra o Ministério da Saúde na quarta-feira. Segundo o presidente do Cremerj, Sidnei Ferreira, o governo federal não disse em que cidades trabalharão os médicos estrangeiros que vieram para a cidade, em que locais estão lotados nem quem serão os tutores que acompanharão o trabalho dos profissionais com diplomas tirados no exterior. "O governo coloca em risco a saúde da população", afirmou. Ferreira não quis comentar o fato de os médicos começarem a trabalhar em área de risco.

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