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Famílias de vítimas da Chapecoense se unem na luta por direitos

Associações foram formadas para amparar, com o pagamento de mensalidades e médicos, aqueles que perderam seus parentes no acidente de avião no ano passado

Cada uma delas tem cerca de 30 associados, porém trabalham para conseguiram se expandir e contemplarem as 64 vítimas fatais brasileiras do total de 71 mortos (Fredy Builes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 06h28.

São Paulo - A batalha das famílias das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense , em novembro do ano passado, ganhou um novo capítulo cerca de nove meses depois da tragédia.

O clube e as duas associações de parentes dos falecidos no desastre superaram nos últimos dias um clima de animosidade para selarem a paz e o compromisso de trabalhar em conjunto.

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A Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (Afav-C) tem como objetivo lutar pela resolução de problemas burocráticos e jurídicos, enquanto que a Associação Brasileira da Vítimas do Acidente com a Chapecoense (Abravic) tenta por meio de doações da iniciativa privada prestar auxílio aos parentes, como o pagamento de mensalidades escolares e consultas médicas.

Cada uma delas tem cerca de 30 associados, porém trabalham para conseguiram se expandir e contemplarem as 64 vítimas fatais brasileiras do total de 71 mortos.

A batalha atual da força tarefa é de conseguir informações sobre a documentação do seguro firmado entre a companhia aérea boliviana LaMia e o clube. Os advogados ainda tentam ter acesso à apólice firmada na contratação do serviço.

"Ainda não tivemos nenhuma informação, até porque dependemos do trabalho de outros países. Algumas famílias estão há nove meses sem renda", disse a vice-presidente da Afav-C, Mara Regina Paiva, viúva do comentarista e ex-jogador Mário Sérgio, que trabalhava no canal Fox Sports.

A associação foi criada há cerca de um mes e meio e tem como presidente Fabiane Belle, viúva do fisiologista Cesinha, integrante da comissão técnica fixa de Caio Junior.

A aeronave que transportava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, em Medellín, caiu nos arredores do aeroporto.

A investigação tem sido liderada pelos governos da Colômbia e também da Bolívia, país sede da companhia aérea e de onde saiu o voo.

A diretoria do clube se reuniu com representantes das duas associações na última semana, em Chapecó (SC). Segundo a diretoria de comunicação da Chapecoense, o encontro de cerca de três horas marcou um clima de reaproximação e convergência nas demandas, com a diminuição de um litígio e uma distância existentes pelas pendências criadas pelo acidente.

Apesar do tom de união, também houve momentos de cobranças e exigências, com questionamentos sobre as excursões da equipe para o exterior como para a Espanha. Nesta semana, o elenco está na Itália, onde se encontrou no Vaticano com o papa Francisco e faz nesta sexta-feira um amistoso contra a Roma.

As associações também consideraram a ocasião positiva, embora avaliem que ainda há muito a ser feito. "Vivemos agora um momento de diálogo. Esse é talvez o maior avanço. Vislumbramos a possibilidade de não mais trabalhar separadas, mas sim em conjunto", disse Mara Regina Paiva.

Criada ainda no ano passado, a Abravic tem intensificado a procura por doadores na iniciativa privada para ajudar os familiares das vítimas. O ex-goleiro Jackson Follmann, sobrevivente do acidente, é o diretor da Abravic.

A associação tem contribuído principalmente com o pagamento de até R$ 600 para bancar a mensalidade escolares de crianças que perderam os pais no tragédia e parcerias para consultas gratuitas com psiquiatras para atendimento as familiares que têm alguma necessidade.

"Nosso foco principal é assistência social, prestar ajudar às vítimas e famílias. Várias delas têm poucas condições financeiras e têm passado por dificuldades psicológicas e emocionais. Queremos oferecer condições básicas", disse o presidente da entidade, o advogado Gabriel Andrade.

Futuramente a Abravic espera ter um novo projeto para convocar pessoas a "adotarem" e bancarem parentes de vítimas do acidente da Chapecoense. Outra ideia é organizar um jogo beneficente no fim do ano com a renda revertida para os associados.

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