O resultado positivo do ano passado foi influenciado principalmente pelas exportações de aeronaves e partes, que cresceram 22,7% (Agência Brasil)
Repórter
Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 17h18.
Última atualização em 10 de janeiro de 2025 às 18h16.
Dados da balança comercial divulgados nesta sexta-feira, 10, mostram que as exportações de bens de alta tecnologia foram as que mais cresceram em 2024 entre os setores industriais. O aumento foi de 11,5%, detalhou o Ministério Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
O resultado positivo do ano passado foi influenciado principalmente pelas exportações de aeronaves e partes. As vendas saltaram de US$ 3,6 bilhões em 2023 para US$ 4,4 bilhões em 2024, alta de 22,7%. Esses equipamentos tiveram como principais destinos os Estados Unidos – aumento de 36,2% — e a União Europeia, alta de 20,7%.
Também houve crescimento nas exportações de outros produtos de alta tecnologia, por exemplo, instrumentos e aparelhos de medida e verificação, instrumentos de navegação aérea, controles de veículos e reguladores de vazão, que cresceram 15,8%.
A exportação de equipamentos de comunicação e partes cresceram 10,5%, e a de produtos considerados outros medicamentos, como medicamentos contendo hormônios e compostos heterocíclicos, teve alta de 2,6%.
Em nota, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, declarou que "a boa performance do Brasil nesse segmento de alta intensidade tecnológica mostra uma evolução das exportações brasileiras, com maior valor agregado". Segundo Alckmin, quando as empresas exportam mais, elas também investem mais e ampliam a contratação de mão de obra no país.
Com o aumento das exportações de bens de alta tecnologia, a participação desse segmento na indústria de transformação passou de 3,8% em 2023, para 4,2% em 2024.
O ano passado foi bastante positivo para o setor, como mostrou os dados da balança comercial, divulgados na segunda, 6. Ao todo, a indústria de transformação bateu recorde de exportação de US$ 181,9 bilhões, maior valor desde o início da série histórica em 1997.
Para a produção do levantamento, o ministério utiliza a versão da classificação das atividades econômicas por intensidade tecnológica publicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2016.
Nela são definidas cinco faixas de intensidade: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa. A classificação balizada o esforço em pesquisa e desenvolvimento (P&D) dessas categorias.
O resultado do segmento de alta tecnologia também foi positivo em termos de produção, como divulgado pela EXAME a partir de um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Com base na Pesquisa Industrial Mensal: Produção Física (PIM-PF), do IBGE, o Iedi apontou crescimento do setor de 4,0%, entre janeiro a setembro de 2024. A primeira expansão significativa desde 2018 após anos de estabilidade e encolhimento.
O resultado local também é impulsionado por aeronaves, veículos automotores, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos.
Na categoria de média-alta tecnologia, as exportações, segundo os dados da balança comercial, reduziram 1,5% como um todo. Mas, por outro lado, houve crescimento de 2,9% em 2024 de automóveis de passageiros, passando US$ 4,1 bilhões em 2023 para US$ 4,3 bilhões em 2024.
O detalhamento mostra a ampliação das exportações de automóveis para a Argentina, com 54%; Colômbia, 16,8%; Uruguai, 8,6%, e Paraguai com 10,5%.
A indústria de baixa tecnologia, onde se enquadram, por exemplo, alimentos e bens agroindustriais, também apresentou crescimento de 8,6% no valor exportado. A categoria representou 50,1% das exportações industriais.