Exército brasileiro (Rafaela Biazi/Unsplash)
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 09h28.
O Exército Brasileiro exonerou nesta quarta-feira, 14, dois militares que foram alvos, na semana passada, da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que investiga uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado após as eleições de 2022.
As exonerações foram assinadas pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, na última quinta-feira, 8, no dia em que a operação da PF ser deflagrada. Porém, as publicações foram feitas no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta.
Os militares exonerados são o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que deixou o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima que foi removido do posto de comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus.
Guilherme Marques de Almeida foi nomeado por Tomás Paiva para chefiar o batalhão de Goiânia no último dia 19. Em novembro, ele recebeu um salário bruto de R$ 27.417,60.
Já Hélio Ferreira Lima comandava a companhia desde junho do ano passado. Segundo o Portal da Transparência, a sua remuneração bruta em novembro foi de R$ 27.027.
Militares são investigados por estimular manifestações na frente dos quartéis
Na última quinta, a PF realizou 33 mandados de busca e apreensão contra militares de alta patente, ministros e ex-assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro é suspeito de ter sido o "artífice" de um golpe de Estado após perder as eleições presidenciais para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ordem para deflagrar a operação foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que mostrou em um relatório que os alvos da operação estavam planejando a execução de um golpe de Estado em uma organização formada por, pelo menos seis diferentes tipos de atuação. As tarefas das frentes tinham três objetivos: desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, para manter a permanência de seu grupo no poder.
Guilherme e Hélio são citados no relatório da PF como membros de um "núcleo de desinformação e de ataques ao sistema eleitoral". A organização do núcleo serviria para "estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado".
Hélio também é apontado como integrante de um grupo que se reunia para manter as manifestações extremistas nas frentes dos quartéis após as eleições de 2022.
No dia da operação, os dois militares foram alvos de busca e apreensão, tiveram a suspensão do exercício das suas funções públicas e foram obrigados a entregar os seus passaportes para a PF.