Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do exército (Redes Sociais/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 17h26.
O Exército oficializou, nesta quinta-feira, o afastamento de dois militares presos na Operação Tempus Veritatis, que apura uma suposta trama golpista. Foram afastados das funções o coronel Bernardo Romão Correa Neto e o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira.
De acordo com a Polícia Federal (PF), Correa Neto ajudou a organizar uma reunião com militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, para discutir o golpe em 28 de novembro de 2022. Na época, Corrêa Neto era assistente do Comando Militar do Sul e apontado como homem de confiança de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Já Martins de Oliveira, segundo a PF, era o interlocutor de Mauro Cid na "coordenação de diversas estratégias adotadas pelos investigados para execução do golpe de Estado". Conhecido como Joe, ele também tem formação em Forças Especiais.
Conforme o GLOBO mostrou, Martins discutiu com Cid o pagamento de R$ 100 mil para custear a ida de manifestantes a Brasília. A informação consta em diálogos obtidos pela PF na investigação. Ainda de acordo com os investigadores, o tenente-coronel era o interlocutor de Mauro Cid "na coordenação de estratégias adotadas pelos investigados para a execução do golpe de Estado e para a obtenção de formas de financiar as operações do grupo criminoso".
Ambos os oficiais foram presos preventivamente por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ao determinar a prisão, Moraes também pediu o afastamento das funções públicas dos investigados.
Conforme a portaria publicada no Diário Oficial da União, os dois foram “agregados” pelo Departamento-Geral de Pessoal do Exército. A agregação é a situação temporária durante a qual fica o militar afastado do serviço ativo por diversos motivos.
A Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, faz referência à articulação golpista para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições de 2022, com o objetivo de "viabilizar e legitimar" uma intervenção militar. Ou seja, o grupo se dividiu em núcleos para disseminar notícias falsas sobre fraude eleitoral e invalidar a vitória de Lula nas urnas.
Entre os alvos de busca e apreensão estão aliados muito próximos do ex-presidente, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, Valdemar Costa Neto, Almir Garnier e Tercio Arnaud.