Brasil

Ex-deputado Giroto vira réu por lavagem de R$ 45 milhões

As denúncias apontam para a lavagem de ativos em valores superiores a R$ 45 milhões, por meio da aquisição de fazendas em nome de parentes


	Edson Giroto: o dinheiro seria fruto de desvio de recursos públicos gerenciados pelo governo de Mato Grosso do Sul
 (Divulgação)

Edson Giroto: o dinheiro seria fruto de desvio de recursos públicos gerenciados pelo governo de Mato Grosso do Sul (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 12h41.

São Paulo - A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul abriu ação penal contra o ex-secretário Estadual de Obras e Transportes e ex-deputado federal Edson Giroto (PR-MS), o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Paranaíba (MS), Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos e mais 10 investigados por lavagem de R$ 45 milhões e desvio de recursos públicos. Segundo o Ministério Público Federal, a Justiça recebeu as três primeiras denúncias ajuizadas após a Operação Lama Asfáltica.

Também são acusados Flávio Henrique Garcia Scrocchio - cunhado de Giroto -, Rachel Rosana de Jesus Portela Giroto - mulher de Giroto -, João Afif Jorge, Mariane Mariano de Oliveira Dornellas, Maria Helena Miranda de Oliveira, João Pedro Figueiró Dornellas, Ana Paula Amorim Dolzan, Ana Lúcia Amorim, Renata Amorim Agnoletto e Elza Cristina Araújo dos Santos.

Giroto comandou a secretaria durante os mandatos do ex-governador André Puccinelli (PMDB). Retornou o cargo em 2013 e 2014. Ele foi preso duas vezes e alvo de buscas na Operação Lama Asfáltica.

Na 1ª fase, em 9 de julho de 2015, Giroto foi alvo de buscas. Na época, ele era assessor especial do Ministério dos Transportes, onde estava desde março de 2015. Após a deflagração da 1ª fase, Giroto pediu afastamento.

Na 2ª fase da Lama Asfáltica, o ex-secretário foi preso temporariamente. A custódia foi transformada em preventiva, Girotto ficou detido por 43 dias e foi solto após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na Aviões de Lama, 3ª etapa da Lama Asfáltica, Edson Girotto foi preso preventivamente.

A Procuradoria da República informou que o grupo é formado por políticos, funcionários públicos com vínculo estatutário e contratual com o Estado de Mato Grosso do Sul e administradores de empresas contratadas pelo Poder Executivo.

As denúncias apontam para a lavagem de ativos em valores superiores a R$ 45 milhões, por meio da aquisição de fazendas em nome de parentes. O dinheiro seria fruto de desvio de recursos públicos gerenciados pelo governo de Mato Grosso do Sul.

"A investigação revelou que a organização criminosa funcionou, ao menos de 2007 até 2014, no Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul, notadamente na Secretaria Estadual de Obras Públicas e de Transportes e na Agência Estadual de Gestão de Empreendimento (Agesul), voltada ao desvio de recursos públicos provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul, União e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", informou a Procuradoria em nota.

Defesas

O advogado Valeriano Fontoura, que defende Edson Giroto, Rachel Giroto e Flávio Scrocchio, manifestou-se sobre a decisão judicial.

"Tomamos ciência hoje da denúncia. O que se apura e é tido como lavagem são bens que estão em nome dos meus clientes, o Flávio, a Rachel e o Giroto. São bens que foram declarados no Imposto de Renda quando da aquisição, valores comprados em preço de mercado. A evolução patrimonial deles é compatível com as aquisições que foram feitas. Não há que se falar em crime de lavagem até porque inexistem crimes antecedentes que possam caracterizar a lavagem", afirmou o advogado.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosJustiçaLavagem de dinheiroMato Grosso do SulPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo