Senador Aécio Neves (PSDB-MG): novamente citado na Lava Jato (Washington Alves/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 10 de janeiro de 2016 às 11h05.
São Paulo – O ex-presidente do PP Pedro Côrrea afirma ter informações suficientes para conectar 100 políticos com o esquema de corrupção em contratos da Petrobras, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
Entre os nomes citados pelo ex-deputado na negociação por uma delação premiada estão Jaques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil, Aldo Rebelo, ministro da Defesa, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Côrrea, que já cumpria sete anos de prisão por envolvimento no esquema do Mensalão, foi condenado a passar 20 anos preso por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a sentença, ele recebeu 11,7 milhões de reais em propina.
Para abrandar a pena, o ex-deputado negocia um acordo de delação premiada com a Operação Lava jato e a Procuradoria-Geral da República.
No entanto, segundo o jornal, até o momento, Côrrea ainda não teria entregado nenhuma prova contundente de que possui informações suficientes e inéditas para colaborar com as investigações.
Suspeitas
Essa não é a primeira vez que Wagner e Aécio são citados no âmbito da Operação Lava Jato.
Em seu acordo de delação premiada, Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras, afirmou que o chefe da Casa Civil recebeu dinheiro desviado da estatal para a sua campanha ao governo da Bahia, em 2006.
Além disso, mensagens de celular interceptadas pela Polícia Federal sugerem que Wagner teria ajudado o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro a negociar liberação de recursos para a empreiteira.
Já Aécio Neves, candidato à presidência da República derrotado em 2014, é acusado de ser o destinatário final de 300 mil reais em propina entregues por um funcionário do doleiro Alberto Youssef para um diretor da UTC.
Para a CPI da Petrobras, Youssef ainda afirmou que o ex-deputado José Janene (PP-PR) teria acusado o senador de receber dinheiro desviado dos contratos de Furnas.