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EUA elogia postura de Bolsonaro sobre o "Mais Médicos" com Cuba

Nesta quinta, 196 médicos retornaram para Cuba após três anos de trabalho no Brasil - os primeiros após o anúncio de Havana de sair do programa

Mais médicos (foto de arquivo): o presidente eleito pretendia submeter os médicos cubanos a um "teste de capacidade" (Elza Fiuza/ABr/Agência Brasil)

Mais médicos (foto de arquivo): o presidente eleito pretendia submeter os médicos cubanos a um "teste de capacidade" (Elza Fiuza/ABr/Agência Brasil)

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AFP

Publicado em 16 de novembro de 2018 às 06h08.

Última atualização em 16 de novembro de 2018 às 11h37.

Os Estados Unidos elogiaram nesta quinta-feira (15) a postura crítica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o programa 'Mais Médicos', implementado com a Organização Pan-americana de Saúde (OPS) e Cuba, que motivou na véspera o cancelamento da participação dos profissionais de saúde cubanos.

"Que bom ver o presidente eleito Bolsonaro insistir em que os médicos cubanos no Brasil recebam seu justo salário ao invés de deixar que Cuba leve a maior parte para os cofres do regime", escreveu no Twitter Kimberly Breier, a principal funcionária do Departamento de Estado para a América Latina.

O presidente eleito pretendia submeter os médicos cubanos a um "teste de capacidade", pagar o salário integral aos profissionais e permitir a vinda de suas famílias para o Brasil.

"Em torno de 70% do salário destes médicos é confiscado pela ditadura cubana. E outra coisa, que é uma falta de respeito com os que recebem tratamento por parte destes cubanos: não temos qualquer comprovação de que sejam efetivamente médicos e estejam aptos a desempenhar sua função", declarou Bolsonaro na quarta-feira.

Havana anunciou que iria abandonar o programa brasileiro - do qual participa desde a sua criação, em 2013, devido a declarações do presidente eleito, que anunciou mudanças no programa a partir de 1º de janeiro, quando tomará posse.

Nesta quinta, um grupo de 196 médicos retornou para Cuba após três anos de trabalho no Brasil - os primeiros após o anúncio de Havana de sair do programa Mais Médicos.

"O Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos e assim o comunicou à diretora da OPS e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", diz um comunicado oficial de Cuba.

Também questionou "o preparo dos nossos médicos" e condicionou "a sua permanência no programa à revalidação do título", destaca o texto oficial cubano.

"A retirada do programa será apoiada por nossos médicos, pois nem os princípios nem a dignidade são negociáveis", afirmou a vice-ministra da Saúde de Cuba, Regla Angulo, ao receber os profissionais no aeroporto.

Para Bolsonaro, o cancelamento do programa de envio de médicos cubanos ao Brasil foi uma decisão "unilateral" e "irresponsável" da "ditadura" de Cuba, que não aceitou as mudanças pretendidas pelo presidente eleito para manter a cooperação.

Cerca de 20 mil médicos cubanos trabalharam no Brasil durante cinco anos, e a decisão cubana afeta cerca de 8 mil que o fazem atualmente.

Segundo fontes diplomáticas brasileiras, os médicos cubanos retornarão a seu país antes do Natal, embora calculem que cerca de 2 mil poderiam permanecer no Brasil devido a relacionamentos amorosos e familiares, que lhes permitiriam obter o visto de residência.

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