EUA e Brasil negociam acordo que abrirá mercado, diz Kirk
Representante norte-americano do comércio deve se encontrar ao menos uma vez por ano com autoridades brasileiras para tentar dobrar exportação dos EUA até 2015
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2011 às 09h30.
Rio de Janeiro - O acordo de comércio e cooperação econômica entre Estados Unidos e Brasil abrirá um mercado fechado e ajudará a atingir o objetivo americano de dobrar suas exportações até 2015, disse Ron Kirk, representante americano do comércio.
Kirk, que será copresidente da comissão EUA-Brasil criada para expandir o comércio bilateral, disse que vai ter encontros pelo menos uma vez por ano com autoridades brasileiras para “tentar negociar de uma forma muito mais direta alguns dos desafios e barreiras.” Os EUA têm acordos similares com outras nações em desenvolvimento, disse Kirk.
O Brasil caiu este ano três posições para a 127ª no ranking elaborado pelo Banco Mundial para medir a facilidade de condução de negócios, ficando atrás de economias emergentes como Egito, Rússia, Argentina e Líbano. O governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu limites no último ano para o total de terras que estrangeiros podem comprar. Os Estados Unidos e o Brasil também sentem falta de um acordo bilateral que evite a bitributação de companhias.
“Nós podemos usar isso para abrir portas de verdade, e francamente, e deixá-las abertas para o que tem sido um mercado fechado para nós”, disse Kirk em entrevista ontem na entrada do palácio do governador do Rio de Janeiro ontem.
O acordo assinado no sábado, 19 de março, durante a primeira visita do presidente Barack Obama à América do Sul termina um trabalho que começou um ano atrás, quando Kirk encontrou o ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim. Líderes empresariais incluindo John Faraci, da International Paper Co., disseram que isso pode um dia levar a um acordo de livre comércio.
Durante a visita de Obama, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, reiterou reclamações sobre as barreiras americanas às exportações agrícolas, incluindo subsídios e a tarifa ao etanol brasileiro, renovada em dezembro pelo Senado dos EUA, de US$ 0,54 por galão.
As exportações dos Estados Unidos para o Brasil subiram para o recorde de U$ 35,4 bilhões no ano passado, puxadas pela valorização de dois anos do real.