Brasil

EUA afirma haverem indícios de suborno pela CBF na Copa 2014

Segundo autoridades americanas, durante as investigações sobre a Fifa, foram encontrados indícios de práticas ilícitas em outros países, como o Brasil


	Seleção brasileira de futebol em jogo da Copa do Mundo 2014
 (Adrian Dennis/AFP Photo)

Seleção brasileira de futebol em jogo da Copa do Mundo 2014 (Adrian Dennis/AFP Photo)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 16h26.

Brasília - A investigação da Justiça dos Estados Unidos vai além da suposta participação de dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e empresários em uma possível fraude na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022).

Segundo as autoridades norte-americanas, durante as investigações foram encontrados indícios de práticas ilícitas em outros países. No Brasil, as suspeitas recaem sobre contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Conforme um comunicado divulgado hoje (27), pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, “o outro esquema investigado” - além do que apura suspeita de irregularidades na escolha de Rússia e Catar para sediar a Copa do Mundo em 2018 e 2022, respectivamente - está relacionado ao pedido e recebimento de subornos e propinas por autoridades do futebol e executivos de marketing esportivo durante as negociações sobre o direito de transmissão de campeonatos.

Entre os eventos citados nominalmente está a Copa do Brasil, organizada pela CBF. A nota também menciona o "pagamento e recebimento de subornos e propinas em conexão com o patrocínio da CBF por uma grande empresa sportswear dos EUA". Atualmente, a patrocinadora oficial da CBF é a Nike.

Os nomes de três brasileiros constam da relação de investigados divulgada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Além do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, detido esta manhã, em Zurique, Suíça, são citados o empresário José Hawilla, dono da Traffic Group, e José Margulies, dono de empresas de transmissão de eventos esportivos.

A reportagem não conseguiu conversar com nenhum dos representantes da CBF sobre as suspeitas de irregularidades nos contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil.

Em nota divulgada no final da manhã de hoje, a CBF informou que apoia "integralmente" as investigações das autoridades policiais dos Estados Unidos e da Suíça.

Durante entrevista coletiva em Nova York, esta manhã, as autoridades norte-americanas revelaram que o esquema pode ter movimentado mais de US$ 150 milhões em subornos e propinas.

Outros seis dirigentes da Fifa, além de José Maria Marin, foram detidos hoje, em Zurique. São eles, o caimanês Jeffrey Webb, o costarriquenho Eduardo Li, o nicaraguense Julio Rocha, o inglês Costas Takkas, o uruguaio Eugenio Figueredo e o venezuelano Rafael Esquivel.

A detenções ocorreram em um hotel onde os dirigentes da Fifa estão reunidos para participar de um congresso da entidade, durante o qual será escolhido, nesta sexta-feira (29), o próximo presidente.

Atual mandatário, Joseph Blatter busca seu quinto mandato e é apontado como favorito para vencer a eleição.

Mais cedo, o diretor de comunicação da Fifa, Walter de Gregório, garantiu que a eleição e as escolhas da Rússia e do Catar para sediar as duas próximas Copas do Mundo estão mantidas. Gregório acrescentou que Blatter não é alvo da investigação norte-americana.

Acompanhe tudo sobre:CBFCopa do MundoCorrupçãoEscândalosEsportesFifaFraudesFutebol

Mais de Brasil

Lira encerra mandato na presidência da Câmara e diz que não terá problemas em voltar a ser deputado

Veja como votou cada deputado na proposta do pacote de corte de gastos

TSE forma maioria para rejeitar candidatura de suspeito de envolvimento com milícia

Fim do DPVAT? Entenda o que foi aprovada na Câmara e o que acontece agora