Brasil

Eu não tenho cara de quem irá renunciar, diz Dilma

Em encontro com jornalistas, a presidente Dilma Rousseff negou que esteja resignada ao impeachment e criticou pedido de prisão preventiva de Lula


	Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa nesta sexta (11): sem resignação ou renúncia
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa nesta sexta (11): sem resignação ou renúncia (Ueslei Marcelino / Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 11 de março de 2016 às 14h19.

São Paulo - Em encontro com jornalistas há pouco, a presidente Dilma Rousseff foi enfática ao dizer que a renúncia não é uma opção. Ela negou também que esteja resignada e ainda criticou o pedido de prisão preventiva do Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

"Pelo menos testemunhem que eu não tenho cara de quem irá renunciar", afirmou a petista em encontro com jornalistas. O comentário foi uma resposta clara ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que nesta semana sugeriu a renúncia da presidente como meio para solucionar as crises econômica e política. 

Questionada por jornalistas se estava resignada diante de um possível impeachment, a presidente rebateu que não nutre esse tipo de postura diante da vida e evocou (novamente) os percalços que viveu durante a ditadura militar. "Tem dó, essa história de resignação não é comigo", disse. 

Quero Lula 

(Paulo Whitaker/Reuters)

Em meio a relatos de que teria convidado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar um ministério, Dilma disse que se orgulharia de ter o pestista em sua equipe - no entanto, ela não admitiu o convite.

Teria orgulho de ter Lula no meu governo, ele daria uma imensa contribuição. Agora, não vou discutir com você se ele vai ou não vai ser", afirmou. 

Ontem, correu a informação de que o ex-presidente fora convocado para assumir a Casa Civil, mas que teria recusado a proposta. 

A presidente também criticou o pedido de prisão preventiva de Lula protocolado ontem pelo Ministério Público de São Paulo, fato classificado por ela como sem "base jurídica e legal".

Sem futurologia

Dilma Rousseff e Michel Temer (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Na véspera da Convenção Nacional do PMDB, que deve definir a permanência do principal partido da base aliada, a presidente recorreu à cautela quando indagada sobre o assunto.

"Vamos esperar a convenção em vez de fazer um exercício de futurologia. O PMDB é um partido muito importante na minha base. Nós estamos fazendo uma avaliação acurada sobre isso. A gente não pode ser Joãozinho do passo certo. Temos que ver como as coisas se dão", afirmou. 

Protestos da paz

Manifestantes seguram bandeira com palavra impeachment no Rio de Janeiro - 13/12/2015 (Reuters)

Em relação aos protestos que acontecem no próximo domingo, a presidete pediu para que os manifestantes não apelem para a violência. 

"A gente tem que manter as vitórias da democracia brasileira. Uma das vitórias da democracia brasileira é o direito de livre manifestação. Não cabe perder esse patrimônio da tolerância", afirmou. 

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaImpeachmentLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas