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Eu não acredito na sinceridade do Ciro Gomes, diz Tatto

Questionado sobre a aproximação entre Lula e Ciro Gomes, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo disse não acreditar na sinceridade do pedetista

 (Filipe Araújo/Divulgação)

(Filipe Araújo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 17h18.

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, defendeu a união do campo da esquerda no segundo turno das eleições 2020, e chegou a dizer que Guilherme Boulos (PSOL) é como um "irmão mais novo" para ele. Questionado sobre a aproximação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), no entanto, disse não acreditar na sinceridade do pedetista.

À exceção de Ciro, o candidato do PT evitou ataques a concorrentes do campo da esquerda e disse "ter certeza" que Boulos o apoiaria caso se qualificasse para a segunda etapa do pleito.

"Quem for para o segundo turno, vai apoiar o outro. Por que vou falar alguma coisa do Boulos, da Erundina, se estou bastante convicto e quero o apoio deles no segundo turno?", disse o candidato do PT. "Isso vale para o Orlando (Silva, do PCdoB), vale para o Márcio França (PSB), e não há nenhum demérito em relação a isso."

Tatto foi o nono de 11 concorrentes ao cargo que participam da série de sabatinas do Estadão nesta sexta-feira, 30. O candidato tinha 4% nas intenções de voto na mais recente pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão, e Boulos tinha 10%, no último dia 15. Para Tatto, os dois partidos têm projetos parecidos para o País.

"Os nossos adversários são o (Celso) Russomanno, que o Bolsonaro apoia, e o (Bruno) Covas", disse Tatto.

Em relação à aproximação entre PT e PDT, ele disse que "gostaria de estar mais animado em relação às intenções do Ciro". Ele disse que ficou surpreso com o encontro, e classificou a o posicionamento de Ciro como "errático".

 

Organizações Sociais

Tatto prometeu rever contratos com organizações sociais (OSs) na área da saúde. Ele foi questionado sobre a ampliação desse modelo durante a gestão de Fernando Haddad (PT), da qual participou, e disse que o momento agora é outro, pois há investigações de irregularidades nos contratos. Além disso, Tatto argumentou que a pandemia do novo coronavírus evidenciou a necessidade de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de mais investimento público direto.

"A primeira providência é rever os contratos. A segunda é, de forma planejada, fazer a reversão disso (administração por meio de OSs)", defendeu o candidato do PT. "Nós temos de fortalecer o SUS e fortalecer a administração direta, por isso que nós vamos fazer vários concursos público - não só na área da saúde."

"Estamos verificando que tem uma roubalheira danada", disse Tatto, citando a CPI das Quarteirizações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Uma das entidades investigadas na CPI, o Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) foi contratada como OS em 2016 pela gestão Haddad para comandar os serviços de saúde na região central de São Paulo e em Santana Tremembé e Jaçanã, na zona norte. À época do contrato, o instituto tinha uma dívida de mais de R$ 490 mil com a Prefeitura.

 

Cultura e carnaval

Tatto prometeu destinar 3% do orçamento municipal para a área de cultura, e metade desse montante para ações em bairros da periferia. Um exemplo é a expansão do patrocínio a blocos de carnaval fora do centro expandido.

"Nós tivemos uma experiência exitosa na cidade, que foi o carnaval de rua. Tinha 100 blocos, nós organizamos, disciplinas e aumentamos para 600", disse Tatto. "Milhões de pessoas pulam o carnaval na cidade e isso traz divisas, gera emprego, hotéis e restaurantes ficam lotados no período do carnaval."

 

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