Jair Bolsonaro: presidente adotou uma retórica inflamada anti-China durante a campanha eleitoral (José Dias/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2019 às 08h33.
Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 08h38.
São Paulo — No mês em que a República Popular da China completa 70 anos da revolução comunista, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, em Pequim, que está em um país "capitalista".
Na chegada à capital chinesa, o presidente destacou que há interesse por parte do Brasil e da China em ampliar o comércio entre os países e que está disposto a fazer o que for possível para que isso ocorra. "Essa é a prioridade número um", afirmou a jornalistas no primeiro dia da visita oficial.
Ele disse que o encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, do Partido Comunista, é "normal". "Devo estar com ele amanhã (sexta-feira, 25)", relatou. "O que for possível fazer para o desenvolvimento do País nós faremos", acrescentou.
Indagado sobre a pressão de parte do seu eleitorado para que explique o motivo da sua presença em um país comunista, ele respondeu: "Estou em um país capitalista".
Sobre outras críticas feitas à China no passado na área comercial, Bolsonaro falou que "não veio (a Pequim) para falar de questão política sobre a China". "Me recuso a falar", reagiu ao questionamento.
No ano passado, o presidente adotou uma retórica inflamada anti-China durante a campanha eleitoral e chegou a dizer que os chineses estavam "comprando o Brasil".
Nesta quinta-feira, 24, Bolsonaro voltou a adotar tom de neutralidade sobre a guerra comercial entre China e Estados Unidos. "Não é uma briga nossa. Nós queremos nos inserir sem qualquer viés ideológico nas economias do mundo."
O presidente da República foi recepcionado no aeroporto da capital pelo ministro do Comércio chinês, Zhong Chan. Após se instalar no hotel, ele deve fazer um passeio pela Muralha da China. Não há compromissos oficiais no período da tarde.