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Estímulo nos EUA ameaça Brasil, dizem OCDE e ONU

O Fed anunciou ontem que irá injetar US$ 600 bilhões na economia dos Estados Unidos

Ben Bernanke, presidente do Fed: Brasil pode sair prejudicado (Chung Sung-Jun/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 08h24.

São Paulo - A injeção de US$ 600 bilhões do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na economia dos Estados Unidos e as novas medidas de estímulo podem ser o elemento que faltava para o risco da formação de uma verdadeira bolha de ativos nos países emergentes, incluindo o Brasil. O alerta foi feito ontem pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pelas Nações Unidas (ONU).

Na avaliação da OCDE, os recursos já injetados nos países ricos nos últimos meses deram demonstrações claras de que não estão sendo escoados nas economias locais. Parte substancial teria se destinado para as economias emergentes. Segundo a entidade, as novas medidas nos Estados Unidos anunciadas ontem ameaçam fortalecer essa tendência, criar bolhas de ativos e pôr ainda mais pressão sobre o câmbio do Brasil, da África do Sul e de outros emergentes.

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De acordo com a OCDE, a recuperação da economia mundial perdeu o ritmo diante da gradual retirada de medidas de estímulo à produção. A entidade apontou que a recuperação do comércio também perdeu fôlego. Nos países ricos, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 deve ser de 2,5% a 3%. Para 2011, deve cair para 2% a 2,5%. Nos países emergentes, a expansão do PIB continua mais robusta. Mas a projeção é de que também perca força.

O secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento, Supachai Panitchpakdi, também alertou para o impacto negativo que a nova medida pode ter para o Brasil e para outros emergentes. Supachai alerta que a economia americana já demonstrou que não tem a capacidade para absorver esses recursos e essa liquidez. O resultado tem sido a transferência dos recursos para mercados emergentes em forma de capital especulativo. “Mais uma vez, o problema nos países ricos está sendo exportado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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